O italiano Jonathan Milan impôs a velocidade para conquistar a segunda etapa do Critério do Dauphiné com um sprint vigoroso à frente de um pelotão compacto, à chegada a Issoire, no final de 204,6 quilómetros desde Prémilhat, na região da Auvérnia, em França.

O jovem velocista da Lidl-Trek, de 24 anos, chegou a atrasar-se para o pelotão a cerca de 50 quilómetros, quando não resistiu ao ritmo das formações adversárias, interessadas em retirá-lo da discussão pela vitória, mas conseguiu recuperar com o apoio dos seus companheiros de equipa, a tempo de impor na meta.

«Foi muito duro. Estive descolado e tivemos de gastar muita energia para regressar ao pelotão, no que agradeço aos meus colegas. Devo-lhes esta vitória. Estou muito orgulhoso deles e satisfeito por ter voltado a vencer», revelou Jonathan Milan, que juntou o 22.º na carreira à conquista da camisola amarela nesta edição do Dauphiné.

O sprinter destronou o anterior líder, Tadej Pogacar, vencedor da primeira etapa, que preferiu livrar-se da responsabilidade e o desgaste adicional para a sua equipa, UAE Emirates, de carregar amarela. Milan ascende ao topo da classificação geral devido aos 10 segundos de bonificação, igualando o esloveno no tempo total na prova, mas superiorizando-se ao campeão do mundo nas posições obtidas nas duas etapas disputados: Pogacar foi apenas 41.º esta segunda-feira, contra o 28.º lugar de Milan no domingo.

No novo camisola amarela compromete-se com a defesa do símbolo na jornada de terça-feira, apesar de admitir ainda maiores dificuldades. «Tentarei, sim, darei o máximo como sempre, mas vai ser duro, devido às subidas. Por isso, sem pressão, competirei dia a dia», afirmou Jonathan Milan.

A principal ameaça à liderança do italiano deverá vir do neerlandês Mathieu van der Poel, que esteve na luta pela vitória pelo segundo dia consecutivo, repetindo o terceiro lugar da véspera, o que coloca o corredor da Alpecin-Deceuninck a dois segundos do duo da dianteira.

Com Pogacar, à partida pouco interessado em reconquistar a amarela, apesar de no dia seguinte ser de contrarrelógio importante (17,4 km), Van der Poel deverá apontar à vitória na terceira etapa, mais uma longa ligação, de 207,2 km, entre Brioude e Charantonnay, com um início montanhosos e os últimos 60 mais acessíveis.

Todavia, uma curta, mas íngreme subida a 20 km da chegada (1,2 km a 9,5%), adequa-se às características do vencedor da Milão-Sanremo e da Paris-Roubaix esta temporada. Teremos Van der Poel de amarelo antes do contrarrelógio?

Ruben Guerreiro (Movistar), o único português em prova, ocupou o 76.º lugar, com o mesmo tempo do vencedor, subindo a 95.º da geral, a 1.08 minutos de Milan.