
Há notícias para as quais não estamos preparados. Por muito que estejam anunciadas e que sejam esperadas.
Morreu Pinto da Costa. Deixou-nos uma lenda. Deixou-nos um ícone. Partiu um homem bom.
Sei que a tendência é acharmos sempre qualidades nas pessoas que morrem. E sei, juntamente com isto, as dúvidas que pairam sobre a gestão financeira dos mandatos do ex-presidente do Futebol Clube do Porto. Nada disso me interessa a mim. E porquê? Explico facilmente.
Eu conheci o Jorge Nuno. Conheci-o, sim, por ele ser presidente do clube na altura que nos cruzámos. Mas a vida permitiu-me conhecê-lo em privado. Permitiu-me ouvi-lo. Permitiu que conhecesse as suas fragilidades e a sua imensa cultura. Permitiu-me acompanhar as suas paixões. Permitiu-me entender a forma maravilhosa com que educou os filhos e com que protegeu as mulheres que teve.
Jorge Nuno Pinto da Costa, o homem, era por si só a definição de privilégio. Era atento, educado, amigo, conselheiro, preocupado.
Já não se fazem homens como ele.
Esta minha crónica é inteiramente dedicada ao homem com quem desabafei tantas vezes. Com quem partilhei tantos momentos. Com quem aprendi muito.
Quero também deixar um beijo muito grande à Cláudia. A sua última mulher. Uma mulher muito amada e que o amou com todas as forças. A mulher certa no momento certo. Que fica cá para honrar o seu percurso. E enquanto amiga de Pinto da Costa, sou-lhe grata. E estarei aqui, sempre.
Até sempre meu amigo. Que encontre uma nova missão onde está agora. A que teve aqui foi bem sucedida.