Foi com profunda indignação que a mãe de Claudisabel recebeu a notícia sobre a sentença atribuída a Marco da Silva, o homem que embateu no carro da cantora, no dia 19 de dezembro de 2022, acidente este que tirou a vida à malograda artista, que estava a regressar a casa após ter participado no programa Domingão, da SIC, em Castanheira de Pera. Inconformados com a decisão do Tribunal de Grândola, os pais de Claudisabel decidiram recorrer da sentença e querem que o arguido seja condenado a uma pena de prisão efetiva nunca inferior a dois anos.

Segundo o que a TV 7 Dias conseguiu apurar, junto de fonte ligada ao processo, os argumentos para a alteração da pena são vários. Um deles prende-se com o uso do cinto de segurança uma vez que ficou provado, em tribunal, que a cantora não fazia uso do mesmo no momento do acidente. As versões apresentadas em sede de justiça foram duas. Uma por parte do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação, que deu conta de que o cinto se encontrava numa posição normal, ou seja, aquela em que habitualmente encontramos o cinto antes de o colocarmos. Perante este dado, a acusação levanta uma questão: Se o corpo já não se encontrava no veículo, de que outra forma é que poderia estar o cinto? Em contrapartida, os peritos da empresa de peritagem que estava ao serviço da seguradora “frisaram que o cinto de segurança do condutor tinha uma torção, o que impossibilitava a sua utilização, já que o cinto não conseguia ‘correr’ normalmente, uma vez que a sua utilização era impossível. Logo, o cinto não poderia ser utilizado, nem na altura do embate nem no momento posterior ao seu bloqueio”, pode ler-se na sentença, à qual a nossa/sua revista teve acesso. A acusação considera que esta torção pode ter sido provocada pelo próprio acidente, uma vez que o carro de Claudisabel capotou e o corpo da artista foi sujeito a movimentos bruscos, ou pela necessidade de retirar o corpo da cantora do veículo. No entanto, existe ainda outro pormenor que não foi apresentado em primeira instância, mas que irá constar no recurso que irá decorrer no Tribunal da Relação de Lisboa: No final de novembro, o carro da cantora tinha ido à inspeção e o cinto estava em boas condições.

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TV 7 DIAS
Textos: Carla Ventura (carla.ventura@impala.pt); Fotos: Impala