
O banco suíço UBS publicou o seu relatório anual sobre a Riqueza no Mundo. Foram analisados 56 territórios com os dados do final de 2024. “Após um declínio em 2022, a riqueza global aumentou novamente em 2024”, refere aquele documento, acrescentando que “em 2024, o crescimento da riqueza inclinou-se fortemente para a América do Norte, impulsionado pela estabilidade do dólar norte-americano e o otimismo dos mercados financeiros”.
A Europa Oriental registou o maior crescimento regional em patrimônio familiar total em 2024, acima de 12%, seguida de perto pelos Estados Unidos. A China e o Sudeste Asiático, que apresentaram um crescimento moderado, enquanto Europa Ocidental, Oceania e América Latina tiveram uma queda na riqueza em relação a 2023.
Por países, Portugal, o Brasil, Taiwan, a China e a Noruega, conseguiram uma crescimento da riqueza dos seus cidadão acima dos 5%, muito abaixo da líder Dinamarca, que conseguiu aumentar a riqueza dos seus cidadão em 13%.
Segundo o UBS, Portugal está fora da lista dos 25 territórios do mundo onde o património por adulto é mais elevado. A liderar esta listagem está, sem surpresa, a Suíça onde o património médio por adulto está nos 687.166 dólares (598,793 euros), seguida pelos Estados Unidos com 620.654 ( 540.835 euros) dólares e Hong Kong com 601.195 dólares (523.878 euros).
Espanha, por exemplo, aparece na 22º posição com um património médio por adulto a valer 223.739 dólares (194.965 euros).
Onde Portugal aparece é na listagem dos países onde a desigualdade na distribuição da riqueza é maior. Medido pelo índice de Gini, uma ferramenta que quantifica a desigualdade na distribuição da riqueza dentro de um grupo ou de um país, e onde zero é a igualdade absoluta e 100 a maior desigualdade possível, Portugal aparece em 18º lugar (numa lista de 32 territórios) com um índice de 61.
Neste estudo do UBS, dos 56 países e territórios onde existe maior desigualdade na distribuição da riqueza é na Rússia e no Brasil (índice 82), seguida da África do Sul e dos Emirados Árabes Unidos (81) e da Arábia Saudita com (78).
Os ativos financeiros e não financeiros que compõem o património por adulto variam muito entre países. Na Suécia, por exemplo, mais de 80% do património pessoal dos cidadãos são ativos financeiros. Também no Qatar, nos Estados Unidos, Hong Kong, Japão, Suíça e Singapura os ativos financeiros representam mais de dois terços do património bruto total. Já em Portugal, Espanha, Turquia, Grécia e Rússia eles representam cerca de um terço.
De acordo com o UBS, os ativos financeiros representam 32% da riqueza pessoal em Espanha, 35% na Grécia e 36,5% em Portugal.
O nosso País está também fora da tabela dos países que têm o maior número de milionários. Numa listagem de 25 territórios, os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar com 23.831 milionários, seguido da China com 6.327 e da França com 2.897.
As previsões do banco suíço UBS para os próximos cinco anos apontam para um crescimento contínuo. “Essa expansão será impulsionada pelos Estados Unidos e China. A América Latina e a Oceania desempenharão um papel de suporte nesse crescimento. Um crescimento um pouco mais fraco, mas ainda sólido, deverá ocorrer na Europa e no Sudeste Asiático, enquanto o Médio Oriente e África deverão permanecer num nível estável”, refere o relatório daquela instituição financeira.