Numa conversa com jornalistas na Sala Oval da Casa Branca, Donald Trump lamentou as centenas de milhares de milhões de dólares investidos na reconstrução do sistema de dissuasão nuclear do país e disse que espera obter compromissos dos adversários dos Estados Unidos, para reduzir as suas próprias despesas.

"Não há razão para estarmos a construir novas armas nucleares. Já temos tantas", disse Trump. "Podíamos destruir o mundo 50 vezes, 100 vezes. E aqui estamos nós a construir novas armas nucleares, e eles estão a construir armas nucleares", observou.

"Estamos todos a gastar muito dinheiro que poderíamos estar a gastar noutras coisas que são realmente, esperemos, muito mais produtivas", disse Trump.

Embora os Estados Unidos e a Rússia detenham enormes reservas de armas desde a Guerra Fria, Trump previu que a China os alcançaria na sua capacidade de causar devastação nuclear "dentro de cinco ou seis anos".

O republicano disse ainda que, se as armas forem alguma vez utilizadas, "isso será provavelmente o fim".

O líder norte-americano afirmou que procuraria iniciar conversações sobre o armamento nuclear com os dois países assim que "esteja tudo resolvido" no Médio Oriente e na Ucrânia.

"Uma das primeiras reuniões que quero ter é com o Presidente Xi [Jinping], da China, e o Presidente [Vladimir] Putin, da Rússia. E quero dizer: 'vamos reduzir o nosso orçamento militar para metade'. E podemos fazer isso. E acho que vamos conseguir", revelou.

Trump, no seu primeiro mandato, tentou e não conseguiu trazer a China para as conversações de redução de armas nucleares, quando os EUA e a Rússia estavam a negociar uma extensão de um pacto conhecido como New START.

A Rússia suspendeu a sua participação no tratado durante a anterior administração, de Joe Biden e Washington e Moscovo continuaram com programas massivos para prolongar a vida útil ou substituir os seus arsenais nucleares da era da Guerra Fria.

 

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