"Vamos falar com o Presidente Putin e vamos falar com Zelensky e representantes da Ucrânia. Temos de parar com isto, é uma carnificina", disse Trump, numa declaração aos jornalistas a partir da residência de Mar-a-Lago, na Florida.

"Uma grande parte deste território, quando se olha para o que aconteceu... Há cidades onde não há edifícios em pé. É um estaleiro de demolição. (...) As pessoas não podem voltar para estas cidades, não sobrou nada", comentou o futuro Presidente norte-americano.

Trump foi ainda questionado sobre os territórios que poderiam ser negociados como parte de possíveis discussões de paz entre Moscovo e Kiev.

O Kremlin acredita que as condições de uma "pré-negociação" não foram cumpridas, com Moscovo a exigir a rendição da Ucrânia antes de negociar a paz.

A Rússia exige ainda que as forças ucranianas deponham as armas, que Kiev ceda as cinco regiões que Moscovo afirma anexar e que a Ucrânia renuncie à adesão à NATO.

Trump tem manifestado repetidamente o seu desejo de pôr fim ao conflito, sem explicar como pretende proceder, assegurando apenas que a Ucrânia deve esperar menos ajuda de Washington.

Os aliados europeus e Kiev temem que Trump possa forçar Kiev a concessões significativas, o que de facto concederia uma vitória geopolítica e militar a Vladimir Putin.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.

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