Em 2023, morreram em Portugal 118 947 pessoas, menos 4,8% face ao ano anterior, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A maioria dos óbitos (99,5%) correspondeu a residentes em território nacional, num total de 118 344.

As doenças do aparelho circulatório mantiveram-se como a principal causa de morte, embora com uma descida de 8,9% face a 2022. Estas patologias provocaram 30 059 mortes, representando 25,4% do total. Dentro deste grupo, os acidentes vasculares cerebrais (AVC) continuaram a ser a principal causa individual de morte, com 9 177 óbitos (7,8% do total), apesar da redução de 4,6% em relação ao ano anterior.

Também as doenças isquémicas do coração apresentaram uma descida de 6,0%, com 6 414 óbitos registados. O enfarte agudo do miocárdio, por sua vez, causou 3 664 mortes, menos 6,2% do que em 2022. A taxa de mortalidade por enfarte foi de 34,6 óbitos por 100 mil habitantes.

No entanto, aumentaram as mortes causadas por tumores malignos, com 28 166 óbitos em 2023, mais 1,2% face ao ano anterior, representando 23,8% da mortalidade dos residentes. Entre estes, os tumores da traqueia, brônquios e pulmão destacaram-se com 4 490 óbitos, uma subida de 1,8%, e os tumores do cólon, reto e ânus com 3 639 óbitos, mais 1,2% do que em 2022.

As doenças do aparelho respiratório também registaram um aumento de 8,2%, com 13 110 mortes. Mais de metade deste crescimento está associado à pneumonia, que foi responsável por 5 042 óbitos, uma subida de 12,3% face ao ano anterior.

As mortes causadas por COVID-19 diminuíram significativamente, com 2 535 óbitos registados em 2023, o que representa uma descida de 67,5% face a 2022. Esta doença representou 2,1% do total de óbitos ocorridos no país.

Os dados agora divulgados foram apurados com base na codificação dos certificados de óbito até 9 de maio de 2025, abrangendo os principais grupos de causas de morte segundo a classificação da OCDE.