Num tempo em que os incêndios rurais continuam a constituir uma das maiores ameaças ao território nacional, o Município de Montemor-o-Novo volta a apostar no envolvimento cívico da juventude com o arranque da edição 2025 do Programa Voluntariado Jovem – Equipa de Vigilância Florestal. A iniciativa teve início a 1 de julho e decorrerá até 15 de setembro, envolvendo dezenas de jovens que se disponibilizam a integrar a linha da frente na prevenção e vigilância florestal.

A cerimónia de receção aos voluntários teve lugar no Quartel dos Bombeiros Voluntários, seguindo-se uma visita simbólica à Torre de Vigia, no Castelo de Montemor-o-Novo — ponto estratégico de observação da paisagem e elo entre a memória patrimonial e o compromisso ambiental.

Estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal, Olímpio Galvão, o chefe dos Bombeiros Voluntários, Nuno Gingão, representantes do SEPNA – GNR, da Proteção Civil Municipal e da Divisão Sociocultural do Município. O momento marcou não apenas o acolhimento formal dos jovens, mas também a reafirmação de uma estratégia que cruza educação cívica, proteção ambiental e resiliência territorial.

Juventude ao serviço da prevenção

Os jovens voluntários, após formação específica, integrarão equipas que operam em colaboração estreita com os agentes da Proteção Civil – nomeadamente os Bombeiros Voluntários e a GNR. Entre as suas tarefas estão a detecção precoce de colunas de fumo, o apoio na triangulação visual de ocorrências e o encaminhamento célere de alertas, contribuindo para uma resposta mais eficaz aos fogos florestais.

Trata-se de um trabalho exigente, com turnos ininterruptos, inclusive aos fins de semana e feriados, organizados em períodos quinzenais. Um esforço contínuo que reforça a capacidade de resposta do concelho e alimenta o espírito de missão entre os mais novos.

Uma aposta com história

Com 19 edições já realizadas, o programa consolidou-se como um exemplo de boas práticas de envolvimento comunitário e intergeracional. Mais do que uma simples ação de vigilância, representa uma escola de cidadania ativa, onde se aprende, na prática, o valor da responsabilidade coletiva, da solidariedade e do amor pela terra.

Num país onde a floresta representa simultaneamente riqueza e risco, projetos como este adquirem especial relevância. No coração do Alentejo, Montemor-o-Novo demonstra, mais uma vez, que a defesa do território começa pelo compromisso das suas gentes — e, neste caso, pela energia e entrega da juventude local.