A crescente presença de javalis em zonas urbanas de Setúbal, como a Avenida Luísa Todi ou áreas residenciais de Azeitão, gera alarme entre a população e já chegou ao Parlamento. Os cinco deputados socialistas eleitos pelo Círculo de Setúbal — António Mendonça Mendes, Eurídice Pereira, André Pinotes Batista, Margarida Afonso e Carlos Pereira — exigem respostas concretas do Governo sobre o controlo da população de javalis no Parque Natural da Arrábida (PNA).
A situação é descrita como recorrente e preocupante, com relatos de animais a circularem livremente em zonas densamente povoadas, criando riscos para pessoas, atividades agrícolas e concessionários de praia. “O número de javalis tem aumentado e ultrapassa a capacidade de suporte do parque”, alerta a deputada Eurídice Pereira, promotora do requerimento enviado à Ministra do Ambiente e Energia.
O requerimento recorda que já em 2016 o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) identificara este excesso populacional. Desde então, multiplicaram-se os relatos de danos agrícolas, intrusão em espaços balneares e até ataques a pessoas.
Em maio de 2023, o Governo apresentou o Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal, com metas de gestão sustentável, mitigação de impactos negativos e prevenção de doenças. No entanto, os deputados consideram que “é urgente perceber que evolução teve esse plano e o que é feito no terreno”.
O documento dirigido ao Ministério do Ambiente exige respostas objetivas: o Governo tem conhecimento da atual situação no concelho de Setúbal? Que ações foram desencadeadas? Existem dados atualizados sobre o número de javalis no PNA? O ICNF atua em articulação com o Ministério da Agricultura, da Administração Interna e com o Município de Setúbal?
Para os socialistas, não é admissível a banalização de javalis a deambular por ruas e avenidas de Setúbal. “Há riscos reais e imediatos que exigem medidas preventivas e corretivas urgentes”, sublinha Eurídice Pereira. A correção da densidade populacional da espécie é vista como essencial para travar esta escalada e garantir segurança às populações.