
O líder do Chega, André Ventura, reagiu hoje à abertura de um inquérito pelo Ministério Público (MP) em resposta à publicação de vídeos onde critica a comunidade cigana, afirmando que o partido foi alvo de ameaças e que “chega de proteção” à referida comunidade.
Em uma conferência de imprensa, Ventura afirmou que o inquérito foi aberto “não por iniciativa do Ministério Público ou da Polícia Judiciária”, mas sim devido a queixas apresentadas por dez associações representativas da comunidade cigana.
O autarca sublinhou que, apesar das críticas, o Chega e ele próprio confiam no sistema de justiça português e compreendem a necessidade de cumprir os procedimentos legais.
No entanto, Ventura lamentou que as mesmas associações que apresentaram queixa por “incitamento ao ódio” não tenham condenado a violência de que o Chega e seus membros foram alvo durante a campanha eleitoral, segundo o líder do partido, os membros da comunidade cigana ameaçaram e atacaram fisicamente os membros do Chega durante comícios e manifestações em várias partes do país, inclusive com ataques com morteiros e artigos pirotécnicos.
“Fomos alvo do maior nível de ameaça da história do Chega”, disse Ventura, destacando que ele e a sua família foram alvo de ameaças de morte personalizadas, também mencionando que os ataques ocorreram de forma coordenada e com o intuito de “eliminar fisicamente” ele ou seus familiares.
Ventura afirmou que o Chega decidiu interromper qualquer tipo de “proteção” à comunidade cigana e anunciou que entregará à justiça as ameaças que o partido recebeu. “Agora é a vez da justiça atuar, porque não podemos permitir que a violência seja ignorada”, afirmou.
O caso gerou controvérsia, já que as queixas contra Ventura se referem aos vídeos onde o líder do Chega faz críticas à comunidade cigana, uma atitude que, segundo as associações, constitui um ato de incitamento ao ódio.
As queixas foram apresentadas na quarta-feira, levando à abertura do inquérito pelo MP.
A polémica sobre as declarações de Ventura ocorre no contexto de um crescente debate sobre o tratamento da comunidade cigana em Portugal, com as declarações do líder do Chega intensificando ainda mais a divisão entre os diferentes setores da sociedade.
O MP ainda não se pronunciou publicamente sobre os próximos passos do inquérito, enquanto as investigações continuam.