Ricardo Araújo Pereira presta depoimento como testemunha de Joana Marques, mas mostrou-se incrédulo com todo o processo. À conversa com os jornalistas, o humorista atirou: “Eu acho que nós estamos aqui hoje por causa de uma perspectiva, infelizmente muito comum hoje em dia, segundo a qual o humor é uma agressão, não é apenas uma agressão, é a pior das agressões“, começou por dizer.

E continuou: “Os queixosos têm um documento da empresa que captou e transmitiu o som a admitir falhas técnicas graves e eles não processaram a empresa. Também têm provas da quantidade de pessoas que os ameaçaram de morte e eles não processaram nenhuma”. No seguimento, acusa os irmãos Rosado de se preocuparem com a ‘piada’ da humorista, mas não com quem os ameaçou: “A Joana fez uma piada e nós vamos para o terceiro dia de julgamento, ou seja, a questão é esta: se alguém prejudica objectivamente o trabalho deles como a empresa que captou o som, eles não fazem nada. Se alguém os ameaça de morte, para eles é indiferente. Mas se alguém se ri deles, eles querem um milhão de euros”.

“O que eu acho que os queixosos pretendem do Tribunal, é uma impossibilidade. Eles querem que o Tribunal determine o seguinte: ‘Nós não somos ridículos’. E não é possível, porque somos todos”,opinou.

De ‘cantar mal’ a … Rosa Grilo: RAP mostra-se ‘incrédulo’

Quanto ao vídeo que deu origem a este processo, Ricardo referiu que é apenas uma publicação que exprime a ideia: ‘Eu não gostei muito desta interpretação musical’. De volta à ironia, brincou:“Espero que a prendam e deitem fora a chave”.

Por fim, o humorista meteu Rosa Grilo ao barulho: “A expressão ‘assassinar uma música’ não equipara ninguém à Rosa Grilo, significa que se cantou mal. Acho que é possível dizer que o Pavarotti canta mal e não ser incomodado pela justiça. Era o que faltava que sobre os irmãos Rosado não se pudesse dizer a mesma coisa”.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Arquivo e redes sociais

Advogada questiona decisão de Joana Marques: “Surpresa total”