Entre estreias absolutas, nacionais e primeiras apresentações na capital, o certame multidisciplinar dedicado à experimentação artística contará com a participação de artistas e coletivos emergentes e de criadores já reconhecidos pelo público, anunciou hoje a organização.

A abertura do primeiro momento do festival será marcada pela peça "[O Sistema]", de Cristina Planas Leitão, no Teatro Ibérico, na qual a artista volta a explorar "a solidariedade gerada a partir do trabalho coletivo", refletindo sobre a própria noção de trabalho e de labuta "como gerador de ação e movimento".

A 20 e 21 de junho, no Largo Residências, Jardins do Bombarda, Pedro Baptista apresentará, em estreia, "Pássaro de Fogo", um espetáculo-performance que se desenrola como "um retrato do artista" sob a batuta da obra musical homónima de Igor Stravinsky, para "refletir sobre legados e o ciclo de vida-morte-renascimento".

"Viagem a Lisboa", de Joana Cotrim e Rita Morais, do coletivo O Clube, na Black Box do Centro Cultural de Belém a 21 e 22 de junho, é apresentado pela organização como um espetáculo de teatro que "procura investigar, através de uma história ficcional, o passado familiar das artistas e a sua ligação à história recente de Portugal".

A família surge neste espetáculo-concerto "como contexto nuclear para abordar tensões sociopolíticas, como o colonialismo, o racismo e a experiência dos 'retornados'", com Lisboa como o "mote para a irrupção entre encontros e expectativas em contraponto com o restante território português".

"É só um dia", performance de Carolina Campos e Márcia Lança, propõe, por seu turno, "imaginar histórias de ficção fantástica em resposta à ausência de futuro", a 22 de junho, na Duplacena 77.

Através de um "dispositivo de escrita ao vivo de oito horas", mesclam-se "palavra escrita e gesto, confundindo realidade e ficção", com um texto diferente a cada vez.

A 26 e 27 de junho, "Bertie", de Rita Barbosa, uma performance em Realidade Virtual (VR na sigla em inglês) em que três performers se encontram num videojogo imersivo, será apresentada em local a anunciar, refere a organização.

O público "acompanhará a transmissão ao vivo do que as intérpretes vêm nos óculos VR, através de uma projeção vídeo que revela o universo 3D onde as performers interagem como avatares", segundo a sinopse.

Por seu turno, a performance instalação "Ruins Part I: redux. realms. Regards", dos artistas an*dre neely e Liz Rosenfeld, tem estreia nacional a 27 e 28 de junho, no Teatro Ibérico, encerrando o primeiro momento do Temps d'Images 2025.

Projeto "aberto", a instalação combina pesquisa, filme, performance e escrita para "explorar a ruína na resistência política e social 'queer'", descreve a programação.

Mantendo a colaboração com vários espaços da cidade, o Temps d'Images apresenta-se pela primeira vez, nesta 23.ª edição, nos Jardins do Bombarda e no espaço ZdB - 8 Marvila.

Festival multidisciplinar que assinalou em 2022 duas décadas de atividade, o Temps d'Images é uma produção da DuplaCena/Horta Seca financiado pela Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

De acordo com a organização, desde que o certame surgiu, em 2003, apresentou mais de 400 peças, muitas delas inéditas, de autores portugueses e estrangeiros, em diversos formatos e géneros, incluindo performance, teatro, instalação, cinema, dança, fotografia e música.

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