
Representantes de 13 dessas instituições de ensino encontram-se em Bissau numa missão organizada pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) com a finalidade de discutir com as autoridades locais os moldes da nova parceria.
A missão, que se prolonga até sábado, serva para "mostrar disponibilidade ao Governo de Bissau para o apoiar naquilo que é o crescimento e desenvolvimento deste país", como apontou a presidente do CCISP, Maria José Fernandes.
"Sabemos bem que há muitos jovens a procurar Portugal, mas também defendemos e estamos disponíveis para vir aqui capacitar as pessoas, cá", enfatizou, à margem da assinatura do protocolo de cooperação, em Bissau.
Alguns politécnicos já tiveram ou têm projetos com a Guiné-Bissau, nomeadamente ao nível da capitação de professores do ensino primário e do turismo.
A partir da nova parceria, "está tudo em aberto", como disse a representante dos politécnicos, incluindo a possibilidade de estas instituições de ensino superior portugueses poderem desenvolver cursos na Guiné-Bissau.
Para esta parceria contribuiu, também, o peso da procura dos estudantes guineenses por Portugal, que "é bastante elevado", sobretudo nalgumas regiões do interior, onde há mais alunos da Guiné-Bissau do que no litoral.
A língua em comum é considerada um fator determinante para a procura por Portugal por parte dos guineenses, descritos pela presidente do CCISP como "um povo calmo, educado, irmão, solidário".
"São estudantes internacionais que nós gostamos de ter, têm naturalmente algumas dificuldades que é o aspeto da língua, e temos que os capacitar, sobretudo para os nivelar", indicou.
Segundo disse, há já instituições de ensino portuguesas que têm um curso de integração, perante as dificuldades que estes estudantes apresentam no português.
Uma dificuldade reconhecida pelo ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica da Guiné-Bissau, Herry Mané, que pede professores portugueses para o ensino e formação da língua portuguesa no país.
"Porque primeiro temos que ter domínio da língua portuguesa para podermos compreender as matérias, temos que formar e qualificar os nossos professores e, se houver possibilidade, construir mais escolas portuguesas na Guiné", declarou.
O ministro lembrou que o Governo guineense está a trabalhar com a embaixada de Portugal na Guiné-Bissau e com o Ministério da Educação na criação de uma escola portuguesa, que, garantiu, "será dentro de pouco (tempo) uma realidade".
"Uma escola do Estado, aberta para todos", vincou, com bolsas de estudos para quem tiver dificuldades financeiras, apoiadas pela Cooperação Portuguesa.
O governante espera, com esta cooperação com os politécnicos portugueses, reforçar também a formação no turismo e outras áreas técnico-profissionais.
O protocolo de cooperação assinado hoje será seguido por uma equipa de trabalho e passará a servir de "chapéu" para os acordos específicos que vierem a ser estabelecidos no futuro, como indicou o ministro.
"É a base do que se fizer no futuro", salientou.
HFI // ANP
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