A Savannah Resources, empresa que tem a concessão para explorar lítio na mina do Barroso, em Boticas, anunciou esta segunda-feira a criação de um comité consultivo, que incluirá quatro elementos, entre os quais os antigos ministros Luís Mira Amaral e Luís Amado.

Mira Amaral, que foi ministro da Indústria e Energia entre 1987 e 1995, e que já exerceu funções executivas em várias empresas, é um dos quatro nomes escolhidos pela Savannah, a par com Luís Amado, que também passou por funções governativas, como ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, tendo sido presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e exercendo funções não executivas e de consultoria em várias entidades.

Para o novo organismo, que visa “apoiar a empresa no desenvolvimento do seu projeto” para explorar lítio em Boticas, a Savannah convidou ainda outros dois elementos. Um deles é Carlos Caxaria, que foi vice-diretor da Direção-Geral de Energia e Geologia entre 2004 e 2013, e presidente da EDM - Empresa de Desenvolvimento Mineiro entre 2013 e 2016, sendo hoje presidente executivo da empresa Tech Salt.

O comité consultivo da Savannah incluirá ainda a especialista em cadeias de abastecimento minerais Astrid Karamira, que é membro do conselho diretivo da Global Battery Alliance, tendo já trabalhado temas como a sustentabilidade no sector da mineração, e mantendo, em paralelo, um negócio de importação e distribuição de vinhos em Lisboa, onde reside.

O projeto da Savannah em Boticas tem suscitado contestação local, devido ao seu impacto no território. A empresa obteve declaração de impacto ambiental favorável condicionada em maio de 2023, prevendo que a produção arranque em 2027. A Savannah estima que poderá produzir lítio suficiente para abastecer as baterias de pelo menos meio milhão de veículos por ano.

A empresa tem como principais acionistas a AMG Lithium (15,77%), a Al Marjan (12,69%), o grupo Lusiaves (10,07%), o empresário Mário Ferreira (10%) e a Slipstream Resources (3,37%).