
Não é engano, “one trillion” é o valor atribuído por Sam Altman à “coisa”.
A “coisa”, o termo é meu, será o resultado da magnífica aquisição pela Open AI da empresa de inteligência artificial Io de Jony Ive. Sir Jony Ive é o grande mestre, em todos os sentidos do design, responsável pelo que ainda hoje é a Apple, um dos pais do iPhone que deu origem ao que são todos os nossos smartphones. Um revolucionário discreto, portanto.
Estes dois cérebros, são agora grandes amigos e prometem uma verdadeira revolução que começa com a fusão de 6,5 mil milhões entre a Open AI e a LoveFrom.
Já sabíamos que há pelo menos dois anos que Ive estava a tentar fazer algo inovador, outra vez. Sabemos o que Altman já fez com a sua Open AI, o ChatGPT tornou-se sinónimo de inteligência artificial. Sabemos, e Sam Altman recordou-nos com este anúncio, que quando queremos usar os recursos da Inteligência Artificial temos de recorrer a um computador ou telemóvel. Todos os sinais apontam para algo que nos iria facilitar a vida ainda mais.
Óculos não parece que seja, relógio também não, porque supostamente é algo que ainda não conhecemos. Mas esta “coisa” terá a capacidade de entender o seu contexto, o que a rodeia, a nossa vida, e poderá caber num bolso ou numa secretária.
Algo que vamos querer tanto que se propõem fabricar 100 milhões de “coisas” só para começar e, para que o queiramos comprar, terá de ser um acrescento, um aumento, dos nossos smartphones e computadores.. Algo que vai ficar no segredo de uns poucos iniciados até que a concorrência não tenha tempo de o copiar antes da apresentação formal e mundial.
No ano 2000 decidimos, na SIC Notícias, dar uma notícia, ir na onda e aceitar a maré, sem saber o que estávamos a fazer. Um número muito restrito de influentes personalidades onde se incluia Steve Jobs começou a falar de uma invenção que iria revolucionar os transportes ao ponto de poder afetar o desenho das cidades, mas ninguém sabia o que era.
Só um ano depois, lá para dezembro de 2001, soubemos o que era a Segway. O veículo, de tal forma bem desenhado que integra motores e computação de forma invisível, parece equilibrar-se por magia em duas rodas paralelas. Se nos lembrarmos da primeira vez que a vimos, ou com sorte da primeira vez em que andámos numa, podemos perceber o entusiasmo dos techno entusiastas, daqueles que puderam conhecer o veículo antes de o ser e ouviram o pitch dos seus criadores. Entra na categoria de “toda a tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia” mas, não revolucionou o nosso mundo. Para mim foi a “coisa” durante 12 meses
Desta vez, confesso que sinto o mesmo formigueiro de há 26 anos, os indícios são tão fortes e importantes, os tempos em termos de tecnologia são outra vez tão esmagadores que se justifica a expectativa quase doentia que sinto.
Não é todos os dias que se inventa o computador pessoal ou o smartphone, mas é o que estes dois andam prometer.
“Sam e Jony” é o título da página que quase parece um convite de casamento moderno, em que os dois amigos ao balcão de um bar prometem mudar o mundo, outra vez.