Lisboa recebeu, entre 13 e 15 de maio, pela primeira vez o Airspace World, a maior feira gestão do tráfego aéreo global, que nos últimos anos decorreu em Genebra, na Suíça. Um evento de topo do sector da aviação, onde são apresentadas as mais recentes inovações oferecidas pelas grandes empresas europeias e mundiais nesta matéria. E que ocorre numa altura em que o movimento nos céus mundiais bate recordes.

210 expositores internacionais vieram a Portugal apresentar as mais recentes inovações tecnológicas de ponta, revela a NAV - Portugal, gestora do tráfego aéreo português, um dos organizadores do evento. Presentes estão também mais de 6.000 participantes, entre presidentes de grandes empresas, como o da Indra, a especialistas e representantes da comunidade global de líderes da aviação civil e militar, autoridades reguladoras, indústria, academia e parceiros tecnológicos.

"O sucesso do Airspace World de 2025 levou a CANSO [entidade que gere a comunidade da gestão do tráfego aéreo e lhe dá voz] a manter a feira em Lisboa no próximo ano, com data já oficial para maio 2026", revela a NAV.

Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas, sublinha a relevância do evento para o sector aeroespacial nacional, área em crescimento, e congratula-se com o facto de Portugal voltar a receber o Airspace World para o próximo ano.

Na abertura do evento, na passada terça-feira, o governante, afirmou que há muitos desafios pela frente neste momento, nomeadamente para o verão que se avizinha, tendo em conta os constrangimentos no espaço aéreo [também por causa da guerra na Ucrânia] e a elevada procura. Hugo Espírito Santo alertou para um dos problemas que o sector está já a enfrentar de falta de mão de obra, muito visível em profissões como as de logística (handling).

A Europa está preocupada com estas duas questões, e já alertou os Estados Membros para estarem a atentos a estes assuntos e agirem.

Dar visibilidade à indústria da aviação portuguesa

Pedro Ângelo, o presidente da NAV, salienta que "é uma honra e um orgulho para todos receber em Lisboa o Airspace World 2025" e "é demonstrativo da relevância cada vez maior de Portugal no panorama de organização de eventos e na atração que existe no nosso destino". Para o gestor "este evento representa uma oportunidade única para dar maior visibilidade a Portugal no âmbito da indústria da aviação, num sector de alta especialização e de valor acrescentado. Queremos ser parte ativa de um centro de soluções que possam moldar o futuro do espaço aéreo global.”

“Estamos a enfrentar níveis de tráfego sem precedentes e uma pressão operacional significativa", avança Pedro Ângelo apontando para a relevância da modernização e inovação na gestão do espaço para dar resposta a estes desafios. "A NAV Portugal tudo tem feito para corresponder com ambição e responsabilidade — investindo na modernização tecnológica, no reforço do recrutamento de controladores de tráfego aéreo e na otimização de procedimentos do espaço aéreo nacional, sempre tendo a segurança dos nossos céus como prioridade absoluta.”, avançou.

O programa deste ano incluiu "centenas de sessões especializadas, distribuídas por cinco auditórios temáticos, onde foram debatidos os principais desafios do setor", afirma a NAV em comunicado. Estiveram em destaque temas como o crescimento do tráfego aéreo e novas formas de mobilidade (drones, táxis aéreos, espaço); a transformação digital e automação dos serviços ATM; o caminho para a neutralidade carbónica em 2050; e o impacto de conflitos e mudanças geopolíticas na gestão do espaço aéreo.