O ex-Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou esta Terça-feira o papel da diplomacia na recuperação da confiança das instituições financeiras e económicas internacionais para com o país, pedindo aos diplomatas para continuarem a promover Moçambique.

“Acho que se recordam quando fomos abandonados pelo mundo financeiro por muitas razões, mas a vossa ação, a ação da diplomacia que representam, foi fantástica para nós devolvermos a confiança junto desses parceiros”, declarou o antigo chefe do Estado de Moçambique, ao receber em audiência a Associação dos Diplomatas de Moçambique (ADIMO), que celebra este ano 50 anos da diplomacia moçambicana, após a independência, em 25 de Junho de 1975.

Em declarações aos jornalistas no final do encontro com a ADIMO, Filipe Nyusi realçou que a diplomacia moçambicana conseguiu “manter” a confiança e criou “crédito” junto das instituições financeiras.

“Fizemos muito esforço e devolvemos o Banco Mundial, o FMI e alguns parceiros da comunidade internacional. Mesmo a questão de conseguirmos a primeira plataforma de gás, esse que já está a dar qualquer coisa (…) pela diplomacia conseguimos convencer, porque para aquela plataforma vir aqui (…) era preciso ir ao Japão, Coreia, Holanda, discutir [com] os compradores do gás, nada podia arrancar sem negócio e essa diplomacia foi conduzida pela casa da diplomacia”, acrescentou.

O ex-Presidente moçambicano lembrou aos diplomatas que o país é rico em diversos recursos e pediu empenho de todos para promover as suas potencialidades.

“Vender não no sentido errado, mas promover, fazer marketing, essa é que é a grande tarefa (…) nós temos a terra, a nossa riqueza está na terra, no solo, e agora, mais que nunca, está no mar. Portanto, o mar tem que ser protegido, defendido e reconhecido”, concluiu Nyusi.

Filipe Nyusi cumpriu dois mandatos como Presidente moçambicano (2015-2024) tendo-lhe sucedido no cargo Daniel Chapo, que venceu as nas eleições de 09 de Outubro passado, igualmente apoiado pelo Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder desde 1975).

O novo Governo, diz a Lusa, recebeu em fevereiro “garantias” de instituições internacionais, como FMI, Banco Mundial e ONU, de ajuda financeira para projectos de desenvolvimento na agricultura, infra-estruturas, saúde, educação e governação, segundo nota oficial.