Tem raízes em Mafra, entre Gradil e Jerumelo, mas foi na Serra das Minas, em Sintra, que cresceu, no seio de uma família “humilde e trabalhadora”. Com espírito empreendedor desde tenra idade, Bruno Mota, o diretor-executivo (CEO) da Devoteam Portugal e vice-presidente da tecnológica francesa a nível global, diz-se um líder simples que tem muito presentes as raízes, não gosta de “ostentação” e que herdou dos pais “o valor do trabalho”. Características que, ao longo da vida, foram o motor do seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Licenciado em Engenharia Informática e de Computadores pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), Bruto Mota cedo percebeu que o seu principal valor profissional passava mais pela gestão do que pela programação. Desportista desde criança, chegando a competir na primeira divisão de futsal, compreendeu muito jovem o poder do trabalho em equipa e a importância de motivar e inspirar pessoas para obter bons resultados.

Em 2009, movido pela ambição de uma maior liberdade na gestão dos seus dias e dos projetos que abraçava, a par com a vontade de trabalhar numa empresa com valores e uma cultura na qual se revisse, criou a sua própria empresa, a consultora tecnológica Bold. O projeto teve sucesso, entrou no radar do seu atual empregador e Bruno Mota acabou por concretizar a venda.

Bruno Mota, CEO da Devoteam Portugal e vice-presidente global, durante as gravações do podcast
Bruno Mota, CEO da Devoteam Portugal e vice-presidente global, durante as gravações do podcast Nuno Fox

“Foi uma decisão altruísta na altura. Para a empresa e para as pessoas foi o melhor”, aponta. A venda da empresa que criou à tecnológica francesa, colocou o líder e a equipa a competir noutro campeonato. “A Devoteam está noutro patamar [que a Bold não estava]. Temos um dos maiores fundos americanos por detrás. Isto já é a Champions League e Champions não há espaço para brincadeiras: ou as coisas correm bem, ou correm bem”

Já para o fundador, “foi muito difícil perder o controlo estratégico da organização”, recorda. O atual CEO da Devoteam Portugal manteve-se na empresa, com a posição de liderança que ocupa, mas admite o desafio que é para um empreendedor “perder o controlo estratégico da organização” que criou. Diz que gosta de liderar, mas também de ter ideias e fazer acontecer. Por isso, admite, que nos últimos anos tem travado uma ”guerra interior entre o papel de gestor corporativo e o de empreendedor". O futuro, diz, pode não passar por uma função de liderança. Afinal, o empreendedor não tem de ser sempre o executivo. “Posso estar numa função de retaguarda, mas sempre a contribuir”, admite.



Cátia Mateus podcast O CEO é o limite
Cátia Mateus podcast O CEO é o limite Expresso

O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: