"A nova infraestrutura transmitirá até 332 gigawatts-hora de energia eólica limpa da futura central eólica de Namaacha, com 120 MW, na parte sudoeste do país, para residências e empresas em Moçambique e na região da África austral", refere um comunicado do BAD, a que a Lusa teve hoje acesso.

O financiamento da Linha de Transmissão Namaacha-Boane de 43 quilómetros, e infraestrutura elétrica relacionada, é composto por 33,2 milhões de dólares (29,3 milhões de euros) do Fundo Africano de Desenvolvimento e 10,4 milhões de dólares (9,2 milhões de euros) provenientes da sua Janela de Ação Climática, um fundo dedicado a apoiar 37 países africanos de baixo rendimento com infraestruturas resilientes às alterações climáticas que visa cumprir os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris.

"Este projeto é um grande passo em frente na transição de Moçambique para um futuro energético com baixas emissões de carbono", afirmou Kevin Kariuki, vice-presidente do Grupo BAD para Energia, Clima e Crescimento Verde, citada no comunicado, garantindo que o mesmo "fornecerá eletricidade a preços acessíveis, apoiará a indústria local e melhorará os meios de subsistência".

Quando estiver concluída, o projeto em torno daquela central eólica no sul do país "irá apoiar milhares de novas ligações à rede elétrica em comunidades rurais e carenciadas" e permitir "reduzir as emissões de dióxido de carbono em mais de 71.000 toneladas por ano, reforçando o comércio regional de energia no âmbito do Southern African Power Pool.

Os Estados Unidos da América (EUA) também anunciaram, em julho de 2024, o apoio à construção e operação do primeiro parque eólico de Moçambique, em Namaacha, com quase 180 milhões de dólares (158,8 milhões de euros) através da agência de desenvolvimento externo DFC.

Segundo informação da International Development Finance Corporation (DFC), do Governo norte-americano, noticiada na altura pela Lusa, o apoio aprovado envolvia um empréstimo de até 99 milhões de dólares (87,3 milhões de euros), juntamente com 80 milhões de dólares (70,5 milhões de euros) em seguro de risco político para a Globeleq Africa Limited, responsável pelo projeto.

O apoio permitiria o desenvolvimento, construção e operação de uma central eólica de 120 MW em Namaacha, província de Maputo, sul de Moçambique, acrescenta.

"O primeiro projeto de energia eólica no país aumentará o fornecimento de eletricidade limpa de baixo custo para a rede nacional e para os mercados regionais, a fim de apoiar um maior acesso a energia fiável", lê-se na informação da DFC.

Desde 2002, a Globeleq, principal energética em África, tem construído um portfólio diversificado de centrais independentes, gerando mais de 1.500 MW em 15 localizações de sete países, incluindo Moçambique, com mais de 741 MW em construção e mais de 2.000 MW em projetos de energia em desenvolvimento.

Moçambique prevê investimentos de 80 mil milhões de dólares (70,5 mil milhões de euros) na Estratégia de Transição Energética (ETS) até 2050, roteiro apresentado pelo país, em novembro de 2023, na cimeira do clima, no Dubai.

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