
O polémico impasse na composição da direção da Liga está ultrapassado e afinal não foi preciso recorrer à medida extrema do sorteio. O alinhamento de posições entre o Sporting e o Benfica permitiu a eleição do Alverca logo à 2.ª ronda de uma votação restrita aos três grandes por imperativo estatutário.
Sendo conhecido o consenso em torno da escolha do V. Guimarães, o bloqueio do processo tinha acontecido porque, para a última vaga, o Sporting apoiava o Santa Clara, o Benfica o Estrela da Amadora e o FC Porto pretendia que o Sp. Braga se mantivesse naquele órgão. No início do mês, sucessivas rondas de votação revelaram-se infrutíferas, pelo que o sorteio afigurava-se como o desfecho mais provável.
Todavia, este sábado, o entendimento entre os clubes presididos por Frederico Varandas e Rui Costa encerrou o processo. Ao que Record apurou, numa primeira ronda de votação os grandes pretendiam manter as opções iniciais. Todavia, ficou desde logo determinado que em termos regulamentares o Sp. Braga não poderia ser novamente cooptado para a direção da Liga, pelo que caiu por terra a vontade de que os cinco emblemas mais representativos tivessem voz num mandato crucial para o futuro do futebol português.
Nesse cenário, Sporting e Benfica mantiveram a confiança em Santa Clara e Estrela da Amadora, tendo o FC Porto suportado o Moreirense. Numa 2.ª ronda de votação, os dragões indicaram o Estoril, mas deu-se então a consonância entre Sporting e Benfica que permitiu a eleição imediata do Alverca.
Convém ter em conta que a direção da Liga é composta por cinco clubes da 1.ª Liga e três da 2.ª Liga. Marítimo, Leixões e Feirense são os representantes do escalão secundário. Sporting, Benfica, FC Porto, V. Guimarães e Alverca encabeçam a composição do órgão que trabalhará com a equipa do presidente da Liga, Reinaldo Teixeira.
Por imperativo estatutário, os três grandes beneficiam de uma vaga crónica na direção da Liga Portugal, uma vez que, das cinco sociedades da 1.ª Liga, três delas "são aquelas que ficarem classificadas nos três primeiros lugares, obtidos pela média das últimas quatros épocas desportivas anteriores", sendo que são estas que elegem, por maioria, as restantes duas.
De notar que este é considerado um dos mandatos mais importantes de sempre da história do futebol português, pelo facto de abranger dossiês críticos como o processo de centralização dos direitos televisivos.