
A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) recebeu nas últimas semanas pelo menos quatro queixas contra a Federação Portuguesa de Futebol, endereçadas pelos diretores funcionais recentemente suspensos pela nova direção do organismo.
O facto de receberem ordens expressas de dois elementos que, pelo menos até às eleições desta sexta-feira, exercem funções contratuais na Liga — embora o novo presidente da FPF, Pedro Proença, tenha tornado público que serão cooptados para a nova direção — é um dos pontos essenciais das queixas apresentadas.
Em pelo menos um dos casos, sabe A BOLA, foi também referido o facto de as viaturas de serviço terem sido obrigatoriamente devolvidas no momento da suspensão, o que pode corresponder a corte de remuneração, algo que a lei impede em contexto de inquérito instaurado a trabalhadores.
Os quatro diretores (das áreas financeira, de recursos humanos/administração, marketing e compliance) aguardam nota de culpa até 24 de abril, decorrido o prazo legal de 30 dias desde a suspensão.
A par destas queixas foram ainda apresentadas denúncias anónimas sobre um alegado ambiente de coação da nova estrutura dirigente sobre os funcionários que já trabalhavam na Cidade do Futebol, algo que também é referido nas queixas formais apresentadas.
A ACT refere que «está legalmente obrigada a observar o dever de confidencialidade, bem como a guardar sigilo profissional, quanto a qualquer pedido de intervenção inspetiva ou processo inspetivo em curso», não esclarecendo assim se — e quantas — denúncias terá recebido por parte de elementos da FPF. A FPF, de acordo com fontes contactadas por A BOLA, desconhece a existências destas queixas e denúncias, escusando-se a comentar o tema.