Paulo Lopo, presidente do Estrela da Amadora, tinha proposto durante a Cimeira de Presidentes da Liga uma reformulação do modelo competitivo da Taça da Liga, sugerindo que a competição passasse a ser disputada por clubes ditos mais pequenos. À margem da apresentação do livro 'Reformar para Vencer', do qual é autor, o dirigente explicou de que forma seria viável esta mudança, colocando em cima da mesa a possibilidade de Sporting, Benfica e FC Porto utilizarem as equipas B.

"É preciso alterar alguns modelos competitivos, na Taça de Portugal e na Supertaça também, mas não se pode deixar que a Taça da Liga morra, porque é um produto que já tem o seu público, já é um produto vendável neste momento, que dá lucro e que precisa apenas de alterar o formato. Ou seja, um formato um bocadinho mais virado para os clubes pequenos, como se fosse uma Conference League do nosso campeonato, mas nunca deixar de existir", considerou, dando o exemplo da participação das equipas secundárias dos grandes (e não só) na 2.ª Liga desde há alguns anos.

"Teria a mesma importância que teve por exemplo a inclusão das equipas B na 2.ª Liga, para que tivessem mais audiência. Se colocarmos as equipas B na Taça da Liga em vez das principais, talvez pudéssemos ter mais audiência. Não digo que seja necessário, mas os clubes poderão ter a necessidade de não utilizar a equipa principal e usar a equipa B. Se isto é um modelo com sucesso, se é rentável e importante do ponto de vista desportivo para os clubes todos, porque dá mais jogos e competição, não se deve acabar", sublinhou, opondo-se também à redução de equipas na 1.ª Liga.

"Comparativamente ao top 6 dos campeonatos europeus, não há nenhum que tenha menos clubes que nós, pelo contrário. A reforma não passaria pela diminuição de clubes na 1.ª e 2.ª Liga, porque temos o número ideal. Pode haver outras, nomeadamente a da Taça da Liga sem as equipas principais dos grandes, mas com as equipas B, pois poderá tornar-se uma taça dos mais pequenos e liberta espaço para que clubes grandes tenham menos jogos e não coloquem em causa a sua participação na Europa. O número de equipas teria muitas implicações, porque faria com que os jogadores estivessem mais tempo parados e a nível financeiro seria um problema", atirou.