A trajetória de Lucho Herrera, um dos maiores nomes da história do ciclismo colombiano, está sob uma densa nuvem de suspeitas. O ex-atleta, agora com 63 anos, está a ser investigado pelo suposto envolvimento no desaparecimento de quatro pessoas em outubro de 2002. 

O Noticias Uno garante ter tido acesso aos depoimentos de três ex-paramilitares, que idenficaram o vencedor da Vuelta de 1987 como cabecilha.  

«Lucho Herrera ofereceu-me algo para beber e deu-me dois envelopes. Num deles estavam fotos de quatro pessoas», pode ler-se num dos testemunhos. 

«Lucho Herrera disse que eram guerrilheiros que iriam sequestrá-lo. No outro envelope estavam 40 milhões em pesos colombianos [cerca de oito mil euros]. Perguntou-nos se queríamos comprar armas e motos. As pessoas que prendemos moravam perto da casa dele», acrescenta-se.  

O relato ganha contornos ainda mais macabros: «Aconteceu na estrada de Novilleros para Agadita. Cortámos as suas gargantas e depois cortámo-los em pedaços.» 

Apesar de Herrera ter alegado que as vítimas se tratavam de guerrilheiros, segundo os paramilitares os indivíduos eram pessoas interessadas nas terras do agora ex-ciclista. Na sequência dos depoimentos chocantes foi aberta uma investigação e o outrora herói do ciclismo colombiano arrisca ter o seu legado manchado caso se confirme o crime.