O Estrela da Amadora terá pela frente, este sábado, o FC Porto, e no seu plantel tem quem já tenha defrontado, vencido e… até goleado os dragões: é o caso de Guilherme Montóia, campeão nacional pelo Benfica em juniores e iniciados e que, nessa fase final em concreto, participou numa histórica goleada por 6-1 em casa dos azuis e brancos.

Em 2016/2017, os sub-15 benfiquistas garantiram o título nacional com dez vitórias em dez partidas numa geração que contava, entre outros, com Tomás Araújo e Samuel Soares, que ainda hoje militam no plantel encarnado, e Montóia era titular no lado esquerdo da defesa. Na ala contrária jogava Renato Matos, que recorda esse jogo, disputado a 28 de maio de 2017, a A BOLA.

«Claro que esse título nos marca. Nesse jogo que, salvo erro, ainda hoje é a maior derrota do FC Porto no Olival, fomos a casa de um rival ganhar 6-1 e, se falar com cada um de nós que participou, provavelmente toda a gente vai referenciar este jogo. Antes de entrarmos em campo, recebemos uma visita do Pepa e todo esse envolvimento, de um antigo jogador, que teve a sua história no Benfica, que se estreou muito jovem e acabou por não dar certo, foi uma motivação para o plantel», constata Renato.

«Ninguém estava à espera e foi um resultado muito grande contra um rival, um bom jogo para todos nós», recorda o ala que foi titular nessa partida, tal como o agora ala esquerdo do Estrela com quem, conta, ainda hoje mantém grande amizade. «Normalmente fazemos jantares, almoços, pois éramos um grupo muito unido e hoje ainda falamos. Não estamos tanto tempo juntos, cada um seguiu carreiras diferentes, mas falamos muito», revela Renato Matos, que realça a resiliência do antigo companheiro e amigo.

O lateral, que hoje representa o Amora, no Campeonato de Portugal, lembra que Montóia passou por «uma situação complicada ainda no Benfica», que consistiu numa «lesão bastante grave», no joelho, da qual conseguiu recuperar.

«Ele tem todo o mérito, não era nada fácil de recuperar e a verdade é que quando muitos achavam que ele poderia ter muita dificuldade em voltar e atingir os patamares que estavam destinados para ele, ele próprio, sozinho, trabalhou muito e conseguiu voltar a esse patamar», enalteceu Renato Matos confessou encontrar no antigo companheiro e amigo de longa data uma inspiração e acredita no seu potencial.

«O Montóia está onde está hoje, joga a primeira liga numa equipa como o Estrela da Amadora e dali ainda vai desenvolver-se mais e crescer. Acho que foi o passo correto para ele e está a demonstrar claramente que ter voltado a Portugal e regressado a casa - porque ele está em casa, é de Lisboa e está perto da família - dá-lhe a base para ele conseguir demonstrar novamente o seu jogo e o seu futebol, porque ele precisava disso», concluiu Renato Matos, satisfeito com o rumo da carreira do seu antigo colega.