
O presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) alertou esta quinta-feira que há clubes do principal campeonato do país que não cumprem os "requisitos exigidos" da competição e que arriscam a exclusão, levando a "alterar a tabela classificativa" da prova.
"Infelizmente, alguns clubes que estão no Moçambola não estão a cumprir com os requisitos do licenciamento. Já mandámos alguns ofícios para esses clubes e a FMF e o departamento de licenciamento poderão vir a retirar a licença a esses clubes (...). Isto, infelizmente, pode mexer com a tabela classificativa", afirmou Feizal Sidat, durante a conferência de imprensa sobre o primeiro semestre de 2025.
Segundo o dirigente, todos os 14 clubes que iniciaram o Moçambola cumpriram os requisitos de licenciamento no arranque, mas "ao longo da competição começaram os incumprimentos", como salários em atraso, falhas administrativas e questões relacionadas com infraestruturas.
"Não queremos penalizá-los, mas já é altura [de agir], já tiveram aviso prévio, já tiveram tudo, mas algumas vezes temos que pôr mão dura para chamar a atenção, porque o ativo de um clube são os seus atletas e os atletas não podem ficar cinco ou seis meses sem receber os seus salários", frisou, dando exemplos internacionais de despromoções de competições principais, como o Boavista, em Portugal, ou o Lyon, em França.
Feizal Sidat garantiu que o mesmo rigor será aplicado à segunda divisão moçambicana de futebol: "Mesmo que seja campeão provincial de Gaza, de Maputo, ou de Cabo Delgado, se não for licenciado, não poderá participar nesta competição".
Alertou ainda que, "em 2025, não há contemplações", e que são regras da FIFA e da Confederação Africana de Futebol (CAF), que a FMF, como gestora do futebol moçambicano, terá de fazer cumprir.
Feizal Sidat lamentou ainda os problemas no arranque do Moçambola de 2025, previsto inicialmente para março e que aconteceu apenas em maio, devido a problemas logísticos para garantir o transporte aéreo das equipas.
Entretanto, as dívidas de 100 milhões de meticais (cerca de 1,3 milhões de euros) dos clubes que disputam a prova à Linhas Áereas de Moçambique (LAM) levaram a companhia a suspender a venda de bilhetes e a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) cancelou, há mais de duas semanas, os jogos da sexta jornada da competição, que será retomada progressivamente a partir de sábado.
"Fomos surpreendidos pela paragem do Moçambola (...). É preocupante, mancha a própria prova", criticou Sidat, exigindo soluções à LMF: "Não podemos brincar aos futebóis. A competição tem de começar e acabar".