"[Zelensky] acha que existe realmente a possibilidade de se chegar a um acordo", disse Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas, na capital da Ucrânia. 

No final de uma visita de um dia a Kiev, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros acrescentou que o Presidente ucraniano advertiu que é necessário partir do princípio de "que a Ucrânia tem de ser parte ativa e principal das negociações", assim como os "parceiros europeus, os que são da União Europeia e os que não são".

"Eu acho que [Zelensky], sinceramente, está confiante", admitiu Paulo Rangel. 

O governante português considerou que "é preciso que todos atores, a administração norte-americana por um lado, mas também os europeus, façam o seu trabalho e também a sua pressão". 

"Nota-se algum cansaço em Volodymyr Zelensky", reconheceu Paulo Rangel, considerando, contudo, que "está presente o discurso de esperança" face à possibilidade de um cessar-fogo de 30 dias que seja o princípio de uma solução de paz. 

Pressionada pelos Estados Unidos, a Ucrânia aceitou no início da semana uma trégua de 30 dias imediata e incondicional, desde que fosse seguida também pela Rússia, que até agora se absteve de dar uma resposta clara.

Putin expressou reservas na quinta-feira, citando "questões importantes" a serem resolvidas primeiro, mas sem rejeitar completamente a iniciativa do Presidente norte-americano, Donald Trump.

O encontro de hoje com Volodymyr Zelensky "foi muito frutuoso", indicou ainda o chefe da diplomacia portuguesa. A reunião não estava planeada e surgiu ao longo do dia, logo após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha.

Paulo Rangel anunciou também que Volodymyr Zelensky quer a participação de Portugal na reconstrução do país, em particular na educação, não só no plano social, mas também na reconstrução de infraestruturas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros fez hoje uma visita de um dia à capital ucraniana, que contou com um encontro com o Presidente ucraniano, o homólogo, Andrii Sybiha, e também com a vice-primeira-ministra para a Integração Europeia e Euro-Atlântica e ministra da Justiça, Olga Stefanishyn.

 

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