A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reúne-se na terça-feira com o vice-Presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, no âmbito de uma cimeira mundial sobre Inteligência Artificial a decorrer em Paris, numa altura de tensões comerciais.
"A presidente Von der Leyen estará em Paris, França, para participar na cimeira sobre Inteligência Artificial. Ainda em Paris, amanhã [terça-feira], a presidente encontrar-se-á com o vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA), James David Vance", anunciou o porta-voz da Comissão Europeia, Stefan de Keersmaecker, na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.
Fontes europeias têm indicado que, até ao momento, Ursula von der Leyen ainda não tem uma data marcada para um encontro bilateral com o presidente norte-americano, Donald Trump, tendo apenas tido um contacto telefónico por ocasião da tomada de posse do republicano, no passado dia 20 de janeiro.
Outras fontes comunitárias ouvidas pela agência Lusa indicaram que o presidente do Conselho Europeu, António Costa, foi convidado para a cimeira mundial sobre Inteligência Artificial a decorrer em Paris, mas não pôde ir, pelo que não participará na reunião entre Von der Leyen e J.D. Vance.
Da agenda oficial pública de António Costa para terça-feira faz parte um encontro com o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
O encontro de Von der Leyen e J.D. Vance será, por isso, a reunião de mais alto nível entre a Comissão Europeia e a nova administração norte-americana desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca (presidência norte-americana).
A reunião acontece após o republicano ter anunciado informalmente que irá impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio, contexto que afeta o setor da União Europeia (UE).
Em reação à intenção de Trump, esta segunda-feira de manhã, o executivo comunitário indicou que, a concretizar-se, será uma medida "ilegal e economicamente contraproducente, especialmente tendo em conta as cadeias de produção profundamente integradas que a UE e os Estados Unidos estabeleceram através do comércio e investimento transatlânticos".
Bruxelas ressalvou, porém, não ter recebido até agora "qualquer notificação oficial relativa à imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre os produtos da UE".
"Não responderemos a anúncios gerais sem pormenores ou esclarecimentos escritos. A UE não vê qualquer justificação para a imposição de direitos aduaneiros sobre as suas exportações, [mas] reagiremos para proteger os interesses das empresas, dos trabalhadores e dos consumidores europeus contra medidas injustificadas", garantiu a Comissão Europeia.