O terceiro dia do julgamento do suspeito do homicídio de Mónica Silva, que está a decorrer à porta fechada no Tribunal de Aveiro, foi preenchido com o depoimento de vários familiares da vítima, informou ontemfonte judicial.

"Ao longo de todo o dia foram inquiridas algumas das testemunhas arroladas na acusação (familiares da vítima) cuja inquirição estava previamente programada para este dia", refere um comunicado do juiz presidente da Comarca de Aveiro divulgado ao final da tarde.

Durante a parte da manhã foram ouvidos o pai e a irmã mais nova de Mónica Silva. Esta última continuou a ser ouvida da parte da tarde, seguindo-se os depoimentos da mãe, da prima e de uma sobrinha da vítima, que ainda continuará a ser ouvida na quinta-feira.

Para a sessão de quinta-feira, segundo o comunicado do juiz Jorge Bispo, está ainda marcada a inquirição das testemunhas arroladas na acusação que se encontravam previstas para esse dia, "por forma a respeitar a calendarização inicial".

O juiz presidente da Comarca de Aveiro refere ainda que as testemunhas de acusação que o tribunal não conseguiu ouvir ontem passaram para segunda-feira.

Já a inquirição das testemunhas arroladas na acusação que não foi possível ouvir na terça-feira, designadamente uma inspetora da Polícia Judiciária e a irmã gémea de Mónica Silva, "será agendada oportunamente", de acordo com a mesma nota.

Fernando Valente, o homem suspeito de ter matado e escondido o corpo de Mónica Silva, está a ser julgado por um tribunal de júri, composto por três juízes de carreira e oito jurados.

O arguido, que se encontra em prisão domiciliária, está acusado dos crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.

O julgamento está a decorrer à porta fechada, sem a presença de público e jornalistas, porque a juíza titular do processo determinou a exclusão da publicidade da audiência de julgamento e demais atos processuais, para proteger a dignidade pessoal da vítima face aos demais intervenientes envolvidos, nomeadamente os seus filhos.

O arguido, que teve uma relação amorosa com a vítima da qual terá resultado uma gravidez, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) em novembro de 2023, mais de um mês depois do desaparecimento da mulher, de 33 anos, que estava grávida com sete meses de gestação.

O Ministério Público acusa o arguido de ter matado a vítima e o feto que esta gerava, no dia 03 de outubro de 2023 à noite, no seu apartamento na Torreira, para evitar que lhe viesse a ser imputada a paternidade e beneficiassem do seu património.

A acusação refere ainda que durante a madrugada do dia 04 de outubro e nos dias seguintes, o arguido ter-se-á desfeito do corpo da vítima, levando-o para parte incerta, escondendo-o e impedido que fosse encontrado até ontem.