
O suspeito do homicídio de uma congressista do Minnesota e do seu marido visitou na noite do crime as casas de quatro autoridades, todas democratas, com a intenção de as matar, revelou, na segunda-feira, o procurador daquele Estado norte-americano.
Vance Boelter, de 57 anos, detido no domingo à noite após uma busca de quase dois dias, enfrenta seis acusações federais, incluindo duas acusações de homicídio com arma de fogo, "puníveis com prisão perpétua ou mesmo pena de morte", adiantou o procurador federal Joe Thompson, em conferência de imprensa.
Na madrugada de 14 de junho, "visitou as casas de quatro autoridades eleitas no Estado do Minnesota com a intenção de as matar", salientou Thompson, citado pela agência France-Presse (AFP).
Duas dessas tentativas falharam, uma porque a congressista visada estava de férias com a família e a outra porque um carro da polícia estava presente no local, detalhou.
Um caderno com uma lista de representantes eleitos, incluindo os dois alvos e outras figuras políticas do Estado do centro-oeste dos EUA, foi encontrado dentro do veículo.
Boelter é acusado de se vestir como polícia
Vance Boelter é acusado de se vestir como polícia para matar Melissa Hortman e o marido, Mark Hortman, nas respetivas casas, e de ferir gravemente outro congressista, John Hoffman, e a mulher.
Melissa Hortman, 55 anos e mãe de dois filhos, foi presidente da Câmara dos Representantes do Minnesota, fazendo da proteção do direito uma prioridade.
Boelter também enfrenta duas acusações de homicídio e duas de tentativa de homicídio no Minnesota.
A procuradora-geral do Estado, Mary Moriarty, no entanto, anunciou na segunda-feira que pretende apresentar acusações de homicídio qualificado.
EUA vivem momentos de tensão
Este ataque ocorreu num país cada vez mais dividido, entre o envio de soldados para Los Angeles, para reprimir protestos, o desfile militar promovido pelo Presidente norte-americano, em Washington, e as manifestações anti-Trump em todo o país.
Donald Trump escapou a duas tentativas de homicídio durante a campanha eleitoral, incluindo uma durante um comício, em julho passado, na Pensilvânia.
Questionado no domingo de manhã por uma jornalista da ABC sobre a situação no Minnesota e se Trump pretendia ligar para Tim Walz, governador daquele Estado e antigo adversário político, o dirigente respondeu:
"É terrível. Acho que ele é um péssimo governador, completamente incompetente. Mas poderia ligar-lhe, assim como poderia ligar a outras pessoas".
Com Lusa