Em comunicado de imprensa, a EDM esclarece que 110 mil clientes continuam sem corrente elétrica nos distritos de Pemba, Mecufe, Metuge, Montepuez, Ancuabe, Chiúre, Quissanga e Ibo, em Cabo Delgado; Morrumbala e Dere na Zambézia, e Maúa, Metarica e Nipepe no Niassa.
"Equipas técnicas da EDM estão no terreno, intervindo na rede para a reposição gradual do sistema. Entretanto, as condições atmosféricas e a inacessibilidade de alguns locais têm sido os maiores obstáculos e concorrem para a demora na reposição do fornecimento da corrente elétrica", esclarece a empresa, no comunicado.
Cerca de 200 mil clientes estavam sem eletricidade nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, norte de Moçambique, devido aos efeitos da passagem do ciclone Chido, segundo informação divulgada domingo pela EDM.
O ciclone Chido causou a morte de três pessoas, anunciou hoje a presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), referindo que Cabo Delgado foi a província mais devastada.
"Na província de Nampula temos contabilizados três óbitos e já foram confirmados pelo setor da saúde. Não temos informações de Cabo Delgado porque se está a trabalhar no terreno", disse à comunicação social Luísa Meque, a partir de Memba, em Nampula, distrito de afetado pelo ciclone Chido.
Em Nampula há ainda casas parcialmente destruídas e 66 salas de aulas afetadas, avançou a presidente do INGD em balanço preliminar da intempérie, acrescentando que estão equipas no terreno em Cabo Delgado, também no norte do país, para fazer o levantamento dos impactos do ciclone.
Segundo dados avançados pelo INGD, citando o Instituto Nacional de Meteorologia, o ciclone deverá afetar ainda as províncias de Niassa, também no norte, Tete, Zambézia e Manica, no centro de Moçambique, mas com menor intensidade, estando em curso campanhas de sensibilização nas quatro províncias.
"Temos informação que o ciclone enfraqueceu. Já estamos praticamente numa tempestade tropical de nível dois, o que quer dizer que temos a esperança de que o impacto será menor em relação ao impacto que tivemos aqui no distrito de Memba", acrescentou Luísa Meque.
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE).
As autoridades moçambicanas já tinham admitido na quinta-feira, que cerca de 2,5 milhões de pessoas poderiam ser afetadas pelo ciclone Chido nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no norte, e na Zambézia e Tete, no centro.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.
Já na primeira metade de 2023, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, de acordo com dados oficiais do Governo.
PYME (LN/PVJ)// ANP
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