A informação foi transmitida aos jornalistas por Beatriz Furtado, membro de uma equipa de advogados da Liga que representa Bubacar Turé perante a justiça guineense, que o convocou para que esclareça a denúncia que fez recentemente, de ter informações que indicam que todos os doentes em tratamento de hemodiálise no Simão Mendes, principal hospital do país, morreram.

"Vai voltar a casa, como veem não foi detido, não era para ser, nem podia ser detido, porque foi o denunciante de factos que provavelmente terão ocorrido no centro de hemodiálise, portanto Bubacar Turé é um cidadão livre para continuar a exercer a sua atividade junto aos Direitos Humanos", afirmou a advogada.

De acordo com Beatriz Furtado, a audição de Turé "correu bem", tendo este respondido às questões do magistrado e reafirmado as denúncias feitas à comunicação social, cabendo agora ao Ministerio Público continuar as investigações, disse.

Furtado destacou que tanto Bubacar Turé como os advogados que o acompanham estão disponíveis para continuar a colaborar com a justiça "para apurar a verdade dos factos".

"Até aqui está tudo bem, colaboramos, estamos dispostos e disponíveis em colaborar com a investigação e ajudar, porque temos o princípio da colaboração também", observou a advogada.

Numa conferência na Casa dos Direitos, em Bissau, Bubacar Turé, numa abordagem genérica à situação da saúde na Guiné-Bissau, afirmou ter informações que indicam que todos os doentes em tratamento de hemodialise no Simão Mendes, principal hospital do país, morreram.

As autoridades sanitárias e políticas consideram aquelas informações falsas e caluniosas.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou que a casa de Turé foi invadida por homens armados e que um pouco por todo o país estaria montada uma operação para o prender.

O ativista estava fora de Bissau quando a polícia se terá deslocado à sua residência, num bairro da capital guineense.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, também afirmou que Bubacar Turé tem que responder à justiça para provar o que disse.

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