
Na apresentação de um livro que reúne textos do fundador Francisco Sá Carneiro no ano da sua morte, 1980, Cavaco Silva recordou a forma como o antigo primeiro-ministro alcançou a primeira maioria absoluta da AD em 1979 e a reforçou meses mais tarde, bem como a "campanha de calúnias" de que considerou ter sido vítima por parte de PS e PCP.
"Os ataques à pessoa do primeiro-ministro por parte do Partido Socialista e do Partido Comunista tiveram, afinal, efeitos contrários àquilo que eles esperavam (...) Apesar das campanhas movidas pela oposição contra o primeiro-ministro Sá Carneiro, a Aliança Democrática voltou a ganhar as eleições em 5 de outubro de 1980, reforçando mesmo a sua maioria", referiu.
O antigo chefe de Estado considerou ainda que "Sá Carneiro é a prova de que, em Portugal, a escolha da pessoa do primeiro-ministro é decisiva para o sucesso do Governo e para a resolução dos problemas de Portugal".
Na sua intervenção, Cavaco Silva nunca referiu a situação de pré-campanha eleitoral nem a do primeiro-ministro Luís Montenegro. No final, nenhum dos dois prestou declarações à comunicação social.
O primeiro-ministro e líder do PSD acompanhou o antigo chefe de Estado à saída e, no final, despediu-se com a frase "Até dia 6, se não for antes", numa aparente referência ao jantar de anoversário do partido marcado para 06 de maio, já durante a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 18 de maio.
SMA // JPS
Lusa/fim