
Ley é também a primeira mulher a liderar a oposição australiana na história do país. A primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra, Julia Gillard, tornou-se líder do Partido Trabalhista (centro-esquerda) em 2010, quando este estava no poder.
Antiga piloto e trabalhadora no setor pecuário, Ley foi ministra da Saúde e ministra do Ambiente no governo da coligação que se manteve no poder de 2013 até ser derrotada pelo atual primeiro-ministro Anthony Albanese, em 2022. Nos últimos três anos, foi vice-líder do partido.
Ley é vista como mais moderada do que o rival Angus Taylor, que derrotou hoje na votação para a liderança, por 29 votos contra 25, prenunciando um potencial regresso do partido ao centro do terreno político.
A nova líder liberal é também a primeira a representar uma região eleitoral fora de uma grande cidade em mais de quatro décadas.
Ley representa a região de Farrer, no interior de Nova Gales do Sul, o que aponta para a crescente erosão do apoio à Coligação Nacional-Liberal nos maiores centros urbanos da Austrália, onde terá de reconquistar os eleitores nos próximos três anos.
Ley vai enfrentar uma batalha difícil para regressar ao governo nas próximas eleições, previstas para 2028, depois de a coligação, que agora lidera, ter sofrido em 03 de maio a pior derrota eleitoral desde a sua criação.
Segundo a última contagem, o Partido Trabalhista lidera em 94 dos 150 assentos na câmara baixa do Parlamento, de acordo com a Comissão Eleitoral Australiana, com a coligação a deter apenas 43. Em comparação, antes das eleições de 2022, a coligação detinha 77 lugares.
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