No vigésimo mês do conflito, os manifestantes reuniram-se na noite de hoje na "Praça dos Reféns", com mãe do refém Matan Zangauker a expressar o seu choque depois de o movimento islâmico palestiniano Hamas ter publicado uma foto do seu filho, com a seguinte mensagem em hebraico e inglês: "Ele não voltará vivo".

"Não aguento mais este pesadelo. O anjo da morte, [o primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu, continua a sacrificar reféns. Usa o exército israelita não para proteger a segurança de Israel, mas para continuar a guerra e proteger o seu Governo. É uma vergonha!", lamentou Einav Zangauker, citada pela agência AFP.

Durante a manifestação, o Fórum das Famílias, a principal organização de reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque de outubro de 2023 em Israel, defendeu que "só um acordo abrangente para o regresso dos entes queridos trará a verdadeira vitória".

Entretanto, a Defesa Civil de Gaza revelou que pelo menos 36 pessoas foram mortas hoje pelas forças israelitas em vários locais, seis delas perto de um centro de ajuda humanitária apoiado pelos EUA.

Os militares israelitas anunciaram também hoje que devolveram, durante uma operação especial em Gaza, o corpo de um refém tailandês raptado durante o ataque do Hamas a Israel, que desencadeou a guerra há exatamente vinte meses.

Israel enfrenta a pressão internacional para terminar a incursão sobre Gaza, onde a situação humanitária é grave e a sua população está ameaçada de fome devido às restrições israelitas à ajuda humanitária, segundo a ONU.

Entretanto, um navio humanitário que transporta 12 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, chegou à costa egípcia e está a aproximar-se da Faixa de Gaza, segundo os organizadores da iniciativa.

Num comunicado divulgado hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o "colapso do sistema de saúde na Faixa de Gaza", onde "já não há hospitais em funcionamento no norte" do território.

O ataque de 07 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas raptadas, 55 ainda estão detidas na Faixa de Gaza, das quais pelo menos 31 já morreram, de acordo com as autoridades israelitas.

Mais de 54.772 palestinianos, a maioria civis, foram mortos na ofensiva militar israelita, indicam os dados do Ministério da Saúde, considerados credíveis pela ONU.

As negociações para pôr fim ao conflito, mediadas pelo Egito, Qatar e Estados Unidos, até ao momento não tiveram sucesso.

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