O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou "profundo pesar" pela morte de Aga Khan, esta terça-feira em Lisboa, sublinhando que a personalidade e obra do líder dos muçulmanos xiitas ismailis "permanecerão para sempre na memória dos portugueses".
"É com profundo pesar que o Governo português lamenta o falecimento do Príncipe Aga Khan, Imã da Comunidade Muçulmana Xiita Ismaili. A sua personalidade e a sua obra permanecerão para sempre na memória dos portugueses. Os mais sentidos pêsames à família de Sua Alteza e à comunidade ismaelita do mundo inteiro", pode ler-se, numa nota de Luís Montenegro na rede social X.
Aga Khan, fundador e presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN), e líder dos muçulmanos xiitas ismailis, morreu em Lisboa, aos 88 anos.
Marcelo elogia "figura notável de uma fé aberta ao mundo"
O Presidente da República elogiou Aga Khan pelo trabalho social e recordou como "figura notável de uma fé aberta ao mundo" e "bom amigo de Portugal".
Numa nota publicada no site oficial da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado, que se encontra na República Checa em visita oficial, manifestou "profundo pesar" pela morte do príncipe Aga Khan.
Nesta mensagem escrita, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou "sentidas e muito amigas condolências aos muçulmanos ismailis e a todos os que se sentem inspirados pela figura do príncipe Aga Khan".
"O príncipe Karim Al-Husseini, que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa teve a honra de conhecer bem, foi um bom amigo de Portugal. Marcou a sua vida por um trabalho incansável em prol da elevação da dignidade humana e da proteção dos mais desfavorecidos", lê-se no texto.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, sob a sua liderança, a Rede Aga Khan promoveu "um trabalho extraordinário e multifacetado, dando desde há décadas um contributo fundamental para o desenvolvimento humano a nível global, trazendo melhorias tangíveis às condições sociais de milhares e milhares de pessoas em diversos continentes".
Marcelo Rebelo de Sousa recordou Aga Khan como "figura notável de uma fé aberta ao mundo, sob o signo da tolerância no profundo respeito pelo outro" e considerou que foi "igualmente notável o seu trabalho de apoio à cultura, às artes e à educação".
Nesta nota, refere-se que, "com o acordo da criação da sede do Imamat Ismaili em Portugal em 2015, a relação já estreita com a comunidade ismaelita aprofundou-se, em benefício da sociedade portuguesa e de uma cada vez mais bem-sucedida integração daquela comunidade em Portugal".
"Inesquecível foi o Jubileu de Diamante, em 2018, que trouxe a Lisboa cerca de 50.000 fiéis, no qual interveio o Presidente da República Portuguesa", acrescenta-se.
Guterres lembra símbolo de paz, tolerância e compaixão no mundo conturbado
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas sublinhou que o líder dos muçulmanos xiitas ismailis era "um símbolo de paz, tolerância e compaixão no nosso mundo conturbado".
"Estou profundamente triste com a notícia de que Sua Alteza o Príncipe Karim Al-Hussaini, Aga Khan IV, faleceu. Ele era um símbolo de paz, tolerância e compaixão no nosso mundo conturbado", frisou o diplomata português, numa nota na rede social X.
Guterres expressou também as "mais profundas condolências à família de Sua Alteza e à comunidade ismaelita".
Pedro Nuno Santos sublinha "legado de transformação na comunidade ismaelita"
O Secretário-Geral do Partido Socialista (PS) sublinhou que Aga Khan deixa um "legado de transformação na comunidade ismaelita", lembrando a "presença importante e respeitada" em Portugal.
Pedro Nuno Santos endereçou ainda "os mais sinceros pêsames à sua família e à comunidade ismaelita".
Carlos Moedas diz que morte do líder dos ismaelitas deixa "enorme vazio" em Lisboa
O autarca da Câmara Municipal de Lisboa (CML) frisou que a morte de Aga Khan deixa "um enorme vazio" na cidade, desde onde o líder dos muçulmanos xiitas ismailis "fez um palco para a sua visão que juntou culturas".
Carlos Moedas apontou que a obra de Aga Khan "estendeu-se a Lisboa, onde (...) encontrou uma casa, uma casa da qual fez um palco para a sua visão que juntou culturas e cruzava fronteiras - algo que se enquadra perfeitamente na natureza e na história da nossa cidade, feita desse cruzamento contínuo de culturas e de experiências".
"Hoje, o Príncipe Aga Khan deixa-nos. No entanto fica a sua obra e o seu sonho, que são um legado que Lisboa orgulhosamente manterá vivo", garantiu.
- Com Lusa
[Última atualização às 00:18 - 5 de fevereiro]