O mandatário da candidatura da CDU no círculo da Madeira, João Lizardo, afirmou, esta noite, que as projecções apontam para “resultados extremamente preocupantes, com uma clara vitória de forças de direita e uma clara derrota sobretudo do PS”.

Na primeira reacção registada na sede partidária da Rua João de Deus, João Lizardo disse que a derrota do PS “é consequência das posições ambíguas, contraditórias e hesitantes desse partido, que nos últimos tempos se mostrou incapaz de apontar um caminho para os portugueses, por querer fugir àquilo que deveria ser o seu interesse na sua origem, os interesses da classe operária, dos pequenos e médios agricultores, os interesses do povo português”. “Está a pagar caro pela forma como tem fugido a essas responsabilidades”, adiantou.

O advogado fala numa “perspectiva negra para o nosso país” com o reforço da AD (PSD/CDS) e do Chega, mas que acredita que, apesar desta vitória eleitoral, “não será uma consolidação do poder da direita”. “Há forças dentro do nosso país que, independentemente das eleições, continuarão a lutar, os trabalhadores continuarão a lutar por melhores salários e melhores condições de trabalho, todas as camadas sociais que estão de fora do poder económico continuarão a lutar por uma melhor situação e não é esta previsível vitória [da direita] que irá eliminar isso. Criarão sobretudo mais dificuldades mas não fará desaparecer seguramente a luta e a tradição de luta do nosso povo”, declarou o mesmo porta-voz dos comunistas madeirenses.

Em relação aos 2 a 4 por cento que as projecções indicam para a CDU, Lizardo disse: “O que nós podemos dizer é que [a coligação] mantém os resultados anteriores. O que não é brilhante, porque os resultados anteriores foram francamente maus. Mas pelo menos tudo indica que não seremos abrangidos pela derrocada que abrangerá o PS e provavelmente o Bloco de Esquerda. A CDU mantém uma posição fraca mas permanece”.