A porta-voz do PAN agradeceu hoje o "voto de confiança" dos eleitores que permitiram manter a representação no parlamento, mas reconheceu que o resultado ficou aquém das expetativas, responsabilizando o "voto útil" por não conseguir um grupo parlamentar.

Numa reação no 'quartel-general' do PAN para esta noite, num hotel no centro de Lisboa, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, disse que o resultado conseguido esta noite - a sua reeleição pelo círculo eleitoral de Lisboa - não foi o "resultado que gostaria de ter tido", por não ter permitido formar um grupo parlamentar.

"Seria importante que não estivesse sozinha no Parlamento, que tivéssemos conseguido, noutros distritos, noutras áreas geográficas, onde já elegemos, quer no Porto, quer em Setúbal e até mesmo naquilo que é reforçar a nossa representatividade em todo o país, mas sabemos também que o voto útil acabou por prejudicar, mais uma vez, a pluralidade democrática", acrescentou a deputada única do PAN.

Apesar disso, Inês de Sousa Real agradeceu o "voto de confiança", garantindo que a presença do PAN no parlamento assegura a representação de causas como a proteção animal, ambiental e dos direitos das mulheres, bem como a luta contra o "crescimento de forças populistas e antidemocráticas".

A líder do PAN alertou para "ameaça concreta" da ascenção da extrema-direita com uma "agenda xenófoba de discriminação" e recuo na proteção animal, comprometendo-se a lutar para que as suas causas "não fiquem para trás".

Sobre a possibilidade de vir a ser parte do apoio parlamentar ao novo Governo da AD, Sousa Real disse que essa é uma reflexão que o partido terá de fazer, mas acrescentou que o PAN, "como partido de oposição", tem o papel de garantir que não há recuos nas causas.