A medida foi confirmada pelo porta-voz do regime militar, Zaw Min Tun, numa breve mensagem enviada à agência de notícias espanhola EFE em Banguecoque.

A trégua temporária foi anunciada em 02 de abril para permitir os trabalhos de socorro e, após uma prorrogação, deveria expirar na quarta-feira à noite.

As forças da oposição na antiga Birmânia acusaram o exército de ter violado a medida centenas de vezes.

O sismo de magnitude 7,7 que atingiu a região centro-norte do país asiático causou mais de 3.700 mortos, dezenas de milhares de desalojados e cerca de 200.000 deslocados, segundo um balanço provisório.

Na vizinha Tailândia, o sismo também provocou 22 mortos e cerca de 80 desaparecidos em Banguecoque.

O fim do cessar-fogo foi omitido nas páginas do jornal The Global New Light of Myanmar, o principal órgão de comunicação social pró-governamental de língua inglesa controlado pelos militares.

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, voltou a apelar na terça-feira às partes beligerantes de Myanmar para que prolongassem o cessar-fogo para continuar a ajudar as pessoas afetadas pelo terramoto.

Anwar já tinha feito o pedido num encontro com o chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, em Banguecoque, em meados de abril.

O encontro foi uma aproximação pouco habitual entre um dirigente do Sudeste Asiático e o líder da junta, que tem sido afastado dos grandes acontecimentos regionais desde o golpe de 2021.

A oposição pró-democracia, que também declarou um cessar-fogo semelhante após a catástrofe, e várias guerrilhas étnicas acusam a junta de ter efetuado centenas de ataques apesar do cessar-fogo.

O golpe de Estado pôs termo a uma década de transição democrática e aprofundou a guerra de guerrilha que dura há décadas no país.

A Amnistia Internacional afirmou na terça-feira que o conflito se agravou no último ano e que o exército estava a levar a cabo uma ofensiva "indiscriminada, desproporcionada e mortal" contra os rebeldes.

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