"No último dia, os nossos soldados do Exército agiram contra as ameaças feitas aos soldados na Faixa de Gaza, apesar dos termos do cessar-fogo que entrou em vigor", pode ler, num comunicado militar divulgado hoje à noite.

No comunicado, o exército disse que eliminou um combatente da Jihad Islâmica identificado como Akram Atef Farhan Zanon, no sul do enclave.

"Além disso, foram identificados suspeitos mascarados em várias áreas da Faixa de Gaza a aproximar-se das tropas que dispararam tiros de aviso para os distanciar", acrescentou o exército.

Esta é a segunda vez, desde que a trégua entre Israel e o Hamas entrou em vigor no domingo, que o Exército admite ter aberto fogo em diferentes pontos do devastado enclave palestiniano.

Na segunda-feira, dois atiradores mataram dois residentes de Gaza, incluindo uma criança, também na cidade que faz fronteira com o Egito, informaram fontes médicas no enclave controlado pelo movimento islamita Hamas.

O Exército, em resposta às perguntas da agência Efe, confirmou que tinha disparado, mas referiu, mais uma vez, que as suas tropas identificaram "suspeitos".

A agência oficial de notícias palestiniana noticiou que hoje à tarde um drone israelita abriu fogo perto de um parque infantil na cidade de Rafah, no sul do país, matando um civil de 28 anos e deixando outros quatro feridos.

Segundo a Wafa, o ataque ocorreu quando este grupo de moradores de Gaza estava a limpar escombros das suas casas.

A primeira fase do acordo de cessar-fogo prevê um período de 42 dias de cessação das hostilidades, durante o qual as tropas deverão retirar-se das zonas mais populosas do enclave palestiniano.

Durante estas seis semanas, haverá trocas graduais de reféns por prisioneiros palestinianos.

"O Exército pede aos palestinianos que sigam as suas instruções e evitem aproximar-se das tropas posicionadas na zona", concluiu o comunicado das forças israelitas.

O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou cerca de 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

 

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