Desde 26 de janeiro e "até 30 de janeiro de 2025, foram registados 773 mortos e 2.880 feridos nas unidades de saúde", disse, no sábado à noite, o porta-voz do Governo e ministro da Comunicação.
Pouco depois, também, na rede social X, Patrick Muyaya descreveu como "carnificina"as ações levadas a cabo pelo "exército ruandês em Goma", capital da província de Kivu Norte.
Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) e as tropas ruandesas entraram em Goma há uma semana e avançaram nos últimos dias para a província vizinha de Kivu Sul, constituindo uma possível ameaça para a capital regional, Bukavu.
"Nenhum destes crimes ficará impune!", prometeu Muyaya.
Pelo menos 700 pessoas morreram e 2.800 ficaram feridas nos combates pelo controlo de Goma entre domingo e quinta-feira, divulgou na sexta-feira um porta-voz da ONU.
No sábado, o Presidente do vizinho Burundi advertiu na plataforma de partilha de vídeos YouTube que o conflito na RDCongo corre o risco de se transformar numa guerra regional.
"Se o leste da RDCongo não tiver paz, a região não terá paz", avisou Evariste Ndayishimiye.
"Não é só o Burundi. A Tanzânia, o Uganda, o Quénia, é toda a região. É uma ameaça", continuou, antes de acrescentar que o seu país não se vai 'deixar ameaçar'.
Também no sábado, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, prometeu "apoiar os esforços" da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em inglês) para a pacificação na RDCongo.
"O posicionamento de Moçambique foi no sentido de continuar a apoiar esforços que estão sendo feitos principalmente por Angola, que é o mediador do conflito, através da União Africana [UA]", disse Chapo, após a cimeira extraordinária da SADC realizada na sexta-feira em Harare, Zimbábue.
No entanto, Chapo indicou que Moçambique não vai juntar as suas tropas à missão da SADC que combate na RDCongo, indicando que a mesma continuará sendo integrada por tropas da África do Sul, da Tanzânia e do Malaui.
Moçambique recebe apoio do Ruanda no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, no norte do país.
No conflito que assola o leste do país há mais de três anos e que se acelerou nas últimas semanas, a RDCongo acusa o Ruanda de querer pilhar os recursos naturais da região.
O Ruanda nega a acusação e afirma que pretende erradicar os grupos armados criados pelos ex-líderes hutus do genocídio dos tutsis no Ruanda em 1994.
Na sexta-feira, o diretor do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças de África, Jean Kaseya, alertou para o risco de epidemias.
A última variante do vírus Mpox, que se espalhou rapidamente por muitos países do mundo em 2024, foi detetada pela primeira vez em Kivu Sul.
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