"A Comissão Política condena de forma veemente os atos de violência, ameaças e agressões, físicas ou morais, dirigidos aos nossos membros e simpatizantes e aos cidadãos em geral", lê-se no comunicado da 38.ª sessão ordinária daquele órgão, que decorreu em Maputo.

"Repudiamos, com firmeza, os atos de vandalismo perpetrados contra as nossas sedes, que incluem incêndios, pilhagens e destruição de bens, atos que configuram intolerância política", acrescenta o comunicado divulgado no final da reunião, presidida pelo presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, também Presidente da República.

Moçambique, sobretudo Maputo, tem sido palco de manifestações e paralisações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que atribui vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, mas que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional (CC), até 23 de dezembro.

A Frelimo apela aos partidos políticos e candidatos presidenciais para aguardarem pela validação dos resultados, referindo que o partido está aberto ao diálogo com o objetivo de promover "a paz, a democracia e o Estado de Direito".

"Assistimos à intimidação e à intolerância manifestadas sob forma de práticas coercivas e imposição de colagem de panfletos em viaturas, pondo em causa a liberdade que os moçambicanos conquistaram ao longo de décadas, com muito sacrifício", lê-se no comunicado do partido que condena "qualquer ato que prive os cidadãos do exercício pleno e pacífico dos seus direitos e liberdades".

O candidato presidencial Venâncio Mondlane disse hoje que a proclamação dos resultados das eleições gerais pelo CC, previsivelmente em 23 de dezembro, vai determinar se Moçambique "avança para a paz ou para o caos".

"Se tivermos verdade eleitoral vamos para a paz, se tivermos mentira eleitoral vamos [a proclamação dos resultados] levar o país a cair para o caos", avisou Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições e que têm de ser validados pelo CC até à próxima segunda-feira, 20 dias antes do final do atual mandato do parlamento.

Venâncio Mondlane insistiu, num direto a partir da sua conta na rede social Facebook, que as "palavras que vão sair da boca" da juíza presidente do CC, Lúcia Ribeiro, vão "determinar se o país vai para a tranquilidade ou para o precipício".

"Na segunda-feira, dia 23 de dezembro, toda a atividade em Moçambique deve parar. Mas absolutamente toda a atividade. É um dia em que não vamos ter qualquer atividade laboral (...). Ficamos em nossas casas para ouvir o acórdão do Conselho Constitucional", apelou, na mesma intervenção.

 

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