As sentenças de Felipe Orduna-Torres, 30 anos, e Armando Gonzales-Ortega, 55 anos, foram proferidas por um tribunal federal em San Antonio três anos após a tragédia, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos num comunicado.

No final de junho de 2022, cerca de sessenta migrantes da Guatemala, Honduras e México, incluindo oito crianças e uma mulher grávida, foram transportados num semirreboque com um sistema de ar condicionado defeituoso.

Durante a viagem da fronteira mexicana até San Antonio, à medida que a temperatura no veículo aumentava, alguns dos ocupantes pediram ajuda ou bateram nas paredes, sem sucesso, de acordo com as autoridades judiciais americanas.

No total, 53 pessoas morreram, 48 antes de chegar a San Antonio e cinco no hospital, apenas 11 sobreviveram.

"Estes criminosos passarão o resto das suas vidas na prisão pela sua escolha cruel de lucrar com o sofrimento humano", comentou a Procuradora-Geral Pam Bondi, citada no comunicado de imprensa.

Cada migrante tinha de pagar aos organizadores da operação de contrabando entre 12.000 e 15.000 dólares, de acordo com a acusação.

Felipe Orduna-Torres, considerado o líder e organizador da rede, e Armando Gonzales-Ortega, envolvido na coordenação, foram condenados em março por três crimes de auxílio à residência ilegal.

Felipe Orduna-Torres foi condenado a prisão perpétua e Armando Gonzales-Ortega a 83 anos de prisão.

Cinco outros homens foram considerados culpados neste processo e serão condenados em novembro ou dezembro.

Um alegado cúmplice desta rede, Rigoberto Miranda-Orozco, foi detido na Guatemala em agosto de 2024 e extraditado para os Estados Unidos em março e tem julgamento previsto para 29 de setembro.

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