Dezenas de prisioneiros palestinianos libertados hoje por Israel chegaram a Ramallah, entre gritos de "Alá é grande", onde foram recebidos por familiares e por centenas de palestinianos em delírio.
Os prisioneiros palestinianos foram recebidos por uma multidão em delírio e alguns deles foram levados em ombros por familiares e amigos, segundo imagens transmitidas em direto pela televisão al Jazeera do Qatar.
Os libertados vão ser observados por equipas médicas, segundo a agência espanhola EFE.
Os palestinianos foram libertados no âmbito da quinta troca de reféns do Hamas por prisioneiros de Israel prevista na trégua em vigor desde 19 de janeiro, que interrompeu 15 meses de guerra na Faixa de Gaza.
Israel libertará hoje 183 prisioneiros, em troca de três reféns que já foram entregues às autoridades israelitas.
Entre os prisioneiros estão 111 habitantes de Gaza que foram detidos na Faixa de Gaza após o ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, de acordo com o Comité de Prisioneiros e Prisioneiras da Cisjordânia.
O veículo com os prisioneiros parou próximo do Museu Mahmoud Darwish em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, onde foi montado um cordão policial mais apertado do que noutras libertações.
Demorou cerca de meia hora a chegar ao local e centenas de palestinianos, pessoal da Cruz Vermelha e familiares dos prisioneiros estavam à sua espera.
Sete dos prisioneiros palestinianos libertados hoje serão deportados para o Egito, disse à EFE o Comité de Prisioneiros e Prisioneiras da Cisjordânia.
Um dos libertados, Abu Sheidem, casado e pai de quatro filhos, foi condenado a 18 penas de prisão perpétua depois de Israel o ter acusado de envolvimento no atentado de 2004 em Beersheba, que matou 16 israelitas.
O atentado seguiu-se ao assassínio de dois líderes palestinianos, Ahmed Yassin e Abdel Aziz al-Rantisi.
Sheidem e um dos chefes das Brigadas al Qasam, o braço armado do Hamas, e foi acusado por Israel de liderar o grupo no sul da Cisjordânia.
Outro dos libertados, Shadi Barguti, cumpria uma pena de 27 anos de prisão por atentados em Israel.
O pai, Fajri Barguti, foi também condenado a prisão perpétua depois de ter esfaqueado um soldado israelita perto da aldeia palestiniana de Nebi Saleh, na Cisjordânia ocupada, em 1978.
Pai e filho cumpriram cerca de sete anos juntos na prisão de Ascalon, até Fajri ser libertado durante a troca de mais de mil prisioneiros palestinianos pelo soldado israelita Gilad Shalit, em 2011.
Hatem al-Jayusi, também libertado hoje, participou em operações militares contra Israel na Cisjordânia e foi condenado a seis penas de prisão perpétua e a 55 anos de prisão.
É um dos fundadores das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, o braço armado da Fatah.
Israel também libertou Yamal al-Tawil, casado e pai de três filhos, e antigo presidente da câmara da aldeia de Al Bireh, na Cisjordânia ocupada.
É um dos chefes militares do Hamas no território e foi acusado de envolvimento num atentado bombista contra um centro comercial de Jerusalém em 2001, que matou 12 israelitas.
A mulher de Yamal, a ativista Muntaha al-Tawil, foi libertada em 2014 após um ano de detenção administrativa, segundo fontes palestinianas ligadas aos direitos humanos.