
Em 10 de março de 2013, pouco antes do conclave que escolheria o sucessor de Bento XVI, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio encontrou-se com o Reverendo Thomas Rosica em Roma. Vestido com uma batina simples, o cardeal argentino pediu orações e confessou estar um pouco nervoso. Dois dias depois, emergiria como Papa Francisco, surpreendendo muitos, inclusive os próprios cardeais.
Inicialmente, Bergoglio não era visto como um candidato forte. Com 76 anos, muitos cardeais preferiam um líder mais jovem para garantir um pontificado mais longo. Além disso, tinha ficado em segundo lugar no conclave de 2005, e as expectativas eram de que não retornasse como candidato.
No entanto, a situação mudou drasticamente durante as votações: Jorge Mario Bergoglio começou a ganhar apoio de forma inesperada, especialmente entre os cardeais reformistas. Tornou-se uma opção de consenso, destacando-se pela sua humildade, dedicação pastoral e conexão com a América Latina.
À medida que o conclave avançava, Bergoglio foi ganhando força, ultrapassando outros favoritos, como os cardeais Scola e Scherer. Em pouco mais de 24 horas e cinco votações, ele foi eleito Papa, superando a marca de 90 votos.
A eleição foi uma grande surpresa, especialmente para a Conferência Episcopal Italiana, que acreditava que Scola seria o vencedor. A escolha de Bergoglio, rápida e inesperada, foi vista por muitos como um sinal do Espírito Santo, encerrando as esperanças de uma "restauração italiana" no papado e refletindo a mudança de direção desejada pela Igreja Católica.
Não queria ser eleito Papa
Em 2013, a irmã de Bergoglio, revelou que o irmão não queria ser eleito Papa. Maria Elena afirmou que, durante a expectativa do conclave, Jorge Mario Bergoglio não desejava assumir a responsabilidade do papado.
Segundo a irmã do Papa Francisco, sentia-se sobrecarregado e temia que isso atrapalhasse a sua missão pastoral.
Maria Elena disse ainda que Bergoglio sentiu-se pressionado a aceitar o papado, após ser escolhido pelos cardeais. A irmã do Papa Francisco destacou a simplicidade e os valores da sua família, que sempre enfatizaram a importância de servir aos outros com humildade e dedicação.
A eleição de Jorge Mario foi um momento de surpresa para toda a família, já que ele nunca demonstrou o desejo de alcançar essa posição na Igreja Católica.
Francisco abriu caminhos
Aos 76 anos, Jorge Mario Bergoglio tornou-se no primeiro Papa das Américas e o primeiro jesuíta, tendo a sua eleição sido vista como histórica.
Apesar da grande responsabilidade, muitos esperavam que mantivesse a simplicidade e calma que demonstrou desde o início, como quando cumprimentou os cardeais de forma discreta e simples.
No seu primeiro dia como pontífice, o Papa Francisco expressou o desejo de visitar o Papa Emérito Bento XVI, mas a visita foi adiada. Nos dias seguintes, o Papa celebrou missas e teve audiências com os cardeais, marcando o início de uma agenda intensa.
A sua eleição foi especialmente significativa, pois Francisco tornou-se no primeiro Papa latino-americano e o primeiro não europeu em séculos, o que gerou grande emoção entre os fiéis, que se reuniram em grande número na Praça de São Pedro para a sua primeira aparição pública.