A dupla de patinagem artística russa Evgenia Chichkova e Vadim Naumov, campeã do mundo em 1994, seguia a bordo do avião que colidiu com um helicóptero militar em Washington, divulgaram, esta quinta-feira, as agências de notícias russas.

As agências de notícias estatais Ria Novosti e Tass, citando uma fonte anónima, informaram que Evgenia Chichkova e Vadim Naumov, que trabalhavam como treinadores, estavam no avião.

Questionado sobre a presença destes antigos atletas a bordo do voo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que "esta triste informação está a ser confirmada".

"Outros dos nossos cidadãos também estavam" no avião, acrescentou Peskov.

Um grupo de patinadores artísticos, os seus treinadores e familiares viajavam no avião da American Airlines, de acordo com aFederação de Patinagem Artística dos Estados Unidos (U.S. Figure Skating), acrescentando que o grupo estava a regressar de um evento desportivo em Wichita, no Kansas.

Autoridades excluem hipótese de haver sobreviventes

O chefe dos bombeiros de Washington afirmou que foram recuperados os corpos de 28 passageiros a bordo do avião da American Airlines e excluiu que haja sobreviventes do desastre.

"Neste momento, não acreditamos que haja sobreviventes deste acidente. Recuperámos 27 corpos dos passageiros do avião e um do helicóptero", afirmou o chefe dos bombeiros de Washington, John Donnelly, numa conferência de imprensa na capital.

Donnelly salientou os esforços que as autoridades têm feito nas últimas horas no local, num contexto meteorológico muito adverso, e lamentou que atualmente a busca tenha passado de "uma operação de salvamento para uma operação de recuperação".

"Os socorristas depararam-se com condições extremamente frias, ventos fortes, gelo na água [do rio Potomac] e estiveram a trabalhar toda a noite nessas condições", disse.

SHAWN THEW

Quase 70 pessoas a bordo, causas da colisão são ainda desconhecidas

Um avião da companhia American Airlines que transportava 64 passageiros e quatro tripulantes colidiu na noite de quarta-feira com um helicóptero do exército durante a aterragem no aeroporto Ronald Reagan, perto de Washington, dando início a uma grande operação de busca e salvamento no Rio Potomac, onde caíram as aeronaves.

Três soldados estavam a bordo do helicóptero, disse um oficial do Exército.

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) declarou que o acidente ocorreu por volta das 21:00 de quarta-feira, no horário local (02:00 de hoje em Lisboa).

Não são conhecidas ainda as causas da colisão, mas todas as descolagens e aterragens do aeroporto foram interrompidas enquanto as equipas de mergulho inspecionam o local e os helicópteros das agências de segurança e resgate sobrevoavam o local em busca de corpos.

O acidente ocorreu num dos espaços aéreos mais controlados e monitorizados do mundo, a pouco mais de cinco quilómetros a sul da Casa Branca e do Congresso norte-americano.

Eduardo Munoz

Donald Trump: "Deus os abençoe"

"Deus os abençoe", disse, inicialmente, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, num comunicado, dizendo que tinha sido "totalmente informado do terrível acidente".

Mais tarde, na sua rede social Truth Social, o Presidente disse que a colisão "devia ter sido evitada".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou o seu "apoio" ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, após o acidente aéreo em Washington.

"As nossas mensagens de apoio vão para o Presidente Trump e para o povo norte-americano neste momento trágico", afirmou Zelensky, referindo que os Estados Unidos são um dos seus aliados mais próximos.
"Apresentamos as nossas condolências às famílias e aos entes queridos das vítimas", disse o chefe de Estado ucraniano.

Com Lusa