
O fadista Nuno da Câmara Pereira, anunciado como candidato do Chega a Belmonte, informou esta terça-feira que retira a sua candidatura devido a reservas demonstradas pelo partido quanto à confiança política em si.
"Venho por este meio comunicar que, após uma reflexão pessoal, e ouvido as pessoas próximas de mim, decidi retirar a minha candidatura à Câmara Municipal de Belmonte", revelou Nuno da Câmara Pereira, numa nota enviada à agência Lusa.
O fadista aludiu a notícias veiculadas sobre si, que afirmou terem sido "plantadas de forma cirúrgica" e que "demonstram bem o incómodo que a candidatura provocou em certos meios".
"Não pedi para ser candidato, não serei candidato de quem tem dúvidas quanto à minha capacidade de cidadão livre e independente", acrescentou o também engenheiro técnico agrário, de 74 anos.
Suspeito de dar “golpada” em herança
Nuno da Câmara Pereira fez referência a um caso noticiado pelo Correio da Manhã que envolve uma herança e frisou que não existe nenhuma decisão judicial sobre essa matéria. Segundo a publicação, o fadista é suspeito de ter “dado uma alegada golpada” na herança da condessa de Tarouca, Eugénia Teles da Silva.
"Apesar de não ter havido nenhuma decisão judicial de um caso que envolve uma herança e, como acontece em muitas famílias, provoca sempre atritos e celeumas judiciais, o Partido Chega demonstrou reservas quanto à manutenção da confiança política", adiantou o fadista e antigo presidente do Partido Popular Monárquico.
Nuno da Câmara Pereira acentuou que a bem da liberdade de que goza, e de que pretende continuar a gozar, não vai ser o cabeça de lista do Chega em Belmonte, no norte do distrito de Castelo Branco.
"Deixo o caminho livre a outros nomes, com a esperança de que a solução que venham a encontrar para Belmonte, terra que considero ser também a minha, venha a prosperar no futuro", acrescentou.
Sem filiação partidária desde 2005, o ex-deputado tornou público na semana passada a intenção de se candidatar à Câmara de Belmonte e, em declarações à agência Lusa, tinha apontado os apoios à agricultura e à recuperação de quem queira reabilitar património histórico como duas prioridades.
"Eu sou dos Cabrais de Belmonte", salientou na ocasião Nuno da Câmara Pereira, segundo o qual os avós paternos eram do concelho e, até aos avós, "todos viveram em Belmonte".
A Câmara de Belmonte é presidida por António Dias Rocha, eleito pelo PS, que cumpre o terceiro mandato e não se pode recandidatar.
O PS anunciou a candidatura do atual presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, o cabeça de lista do PSD é o professor catedrático de Economia António Marques e Carlos Afonso, atual vereador, é a escolha da CDU.
As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.