"Perante a difícil situação financeira, a ACNUR foi obrigada a reduzir as operações", admitiu, em comunicado, o líder da agência, Filippo Grandi.

Esta reestruturação já envolveu o encerramento ou redução de escritórios da ACNUR em todo o mundo e a eliminação de quase 50% dos cargos executivos na sede da agência, em Genebra, acrescentou.

Os programas essenciais de apoio às famílias vulneráveis, à saúde, à educação, ao tratamento da água e à higiene também foram afetados, lê-se na mesma nota da ACNUR, referindo que está a trabalhar com outras agências da ONU, organizações humanitárias e governos para mitigar ao máximo os efeitos desta situação.

"Embora estejamos a enfrentar cortes dolorosos e a perda de muitos colegas, o nosso compromisso com os refugiados é inabalável", assegurou Grandi.

No comunicado, a agência manifestou ainda apoio a iniciativas dentro da ONU que procuram reestruturar todo o sistema de agências internacionais para abordar questões de financiamento, como o programa UN80 apresentado este ano pelo secretário-geral, António Guterres.

Os cortes na ACNUR estão a ser confirmados na mesma semana em que a organização vai liderar as comemorações do Dia do Refugiado, a 20 de junho.

Na semana passada, a agência apresentou o relatório anual, indicando que cerca de 122 milhões de pessoas estão a viver longe de casa devido a conflitos, violência e outras crises --- um número recorde de deslocações forçadas, o dobro de há apenas uma década.

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