
Com uma cultura móvel consolidada, marcas nacionais em expansão e um mercado interno em alta, a China consolida a sua liderança nas vendas de smartphones, muito à frente dos Estados Unidos e da Europa.
A China emergiu como a principal força de crescimento no setor mundial de smartphones. Em 2025, espera-se que o país asiático concentre quase um quarto das receitas globais com vendas de smartphones, graças a uma combinação de fatores estruturais, tecnológicos e culturais que impulsionaram o consumo tanto interno como externo.
De acordo com dados da Stocklytics.com, as vendas de smartphones na China crescem 6% ao ano, um número que dobra a média mundial e supera amplamente o ritmo de crescimento de outros mercados relevantes: três vezes mais rápido que a Europa e seis vezes mais que os Estados Unidos. Esta evolução é atribuída em parte à extensão do 5G, liderada pelo país, e à capacidade dos seus fabricantes de lançar no mercado dispositivos avançados a preços competitivos.
A ascensão de marcas como Xiaomi, Oppo e Vivo, somada ao impulso inicial da Huawei, transformou o panorama mundial. Estas empresas capitalizaram uma estratégia de preços agressivos com especificações elevadas, o que lhes permitiu crescer rapidamente em mercados emergentes e consolidar-se também dentro da China.
Além disso, fatores geopolíticos recentes reforçaram uma preferência por produtos nacionais, contribuindo para o aumento da demanda interna. O resultado é uma expansão sustentada dos gastos dos consumidores chineses, que a cada ano gastam seis mil milhões de dólares a mais na compra de smartphones, o que representa três vezes os gastos combinados adicionais dos americanos e europeus.
De acordo com estimativas da Statista Market Insights, a China gerará cerca de 112 mil milhões de dólares em receitas com smartphones em 2025, um valor 82% superior ao dos Estados Unidos e quase 40% superior ao da Europa.
Com esta dinâmica, as projeções a médio prazo apontam para um aumento contínuo da quota de mercado chinesa. Desde 2018, a participação da China no mercado mundial passou de 16% para os atuais 22%, e prevê-se que atinja os 25% em 2029, consolidando o seu papel dominante no setor.
Em contrapartida, a Europa manterá a sua quota em 16%, sem variações previstas, enquanto os Estados Unidos sofrerão um ligeiro recuo, passando dos atuais 12% para 11% em 2029. Estes números refletem uma redistribuição do poder comercial dentro da indústria global de smartphones, onde o centro de gravidade se desloca progressivamente para a Ásia.