Imagine abrir uma janela de chat e, em vez de pedir uma informação ou escrever um e-mail, dar início a um processo de design, em tempo real, com base numa simples conversa. Dizer: “Preciso de um slide com os dados de vendas para amanhã, com as cores da minha marca” — e ver esse pedido tomar forma, sem sair da janela. É isto que o Canva está agora a tornar possível.

No centro desta transformação está um conector de pesquisa profunda que permite gerar e editar conteúdos diretamente a partir de uma conversa com o ChatGPT. Sem mudar de aplicação. Sem copiar e colar. Sem ruído.

A nova tecnologia permite ao modelo de linguagem da OpenAI aceder aos designs do utilizador armazenados no Canva e trabalhar com eles com pleno contexto — incluindo históricos de trabalho, identidade visual e elementos de marca. O resultado? Respostas mais inteligentes, sugestões mais afinadas, propostas gráficas com ADN reconhecível.

Não se trata apenas de design gerado por IA. Trata-se de criação contextual, onde o sistema sabe quem somos, como comunicamos e para quem desenhamos.

Ao lado do conector, o Canva Model Context Protocol (MCP) é o novo motor por trás desta revolução silenciosa. Uma espécie de “servidor de memória visual” que dá aos assistentes de IA acesso ao ecossistema criativo do utilizador: desde ficheiros e templates até preferências estéticas ou dados em tempo real.

Este protocolo permite que a IA compreenda o contexto da marca, adapte designs automaticamente, redimensione formatos, insira dados gerados durante a conversa e até importe PDFs por link — tudo num processo sem atrito, sem cliques supérfluos, sem barreiras técnicas.

Não por acaso, já está a ser utilizado por profissionais de marketing, educação, vendas e gestão. Para quem cria conteúdos, prepara propostas ou conduz reuniões visuais, esta integração representa uma mudança de ritmo: do fazer ao pensar, e do pensar ao dizer.

A IA como segunda pele da criatividade

A proposta do Canva com estas novas funcionalidades é clara: desaparecer enquanto plataforma e tornar-se linguagem, gesto, fluxo. A inteligência artificial deixa de ser uma funcionalidade acessória e passa a ser a infraestrutura invisível que liga ideias a soluções visuais.

Num mercado onde o tempo escasseia e o conteúdo nunca é suficiente, esta abordagem oferece um tipo de produtividade que é mais do que eficiência: é elegância. Uma forma de trabalhar que privilegia o natural, o espontâneo, o dinâmico.

Com uma taxa de adoção do Canva GPT a crescer 375% ao ano, a empresa posiciona-se como um dos players mais ágeis e intuitivos da nova geração de ferramentas criativas. E os números impressionam: mais de 18 mil milhões de interações com as ferramentas de IA da plataforma, segundo dados da própria companhia.

O futuro da criação é fluido

Para as empresas, esta nova fase representa uma reconfiguração profunda da forma como os conteúdos são pensados e produzidos. Para os criativos, uma libertação das limitações operacionais. Para os curiosos, uma nova forma de brincar com ideias. Tudo isto, numa conversa.

O Canva não está apenas a integrar-se com o ChatGPT. Está a redesenhar o gesto criativo para a era da inteligência contextual.

E quando criar é tão simples quanto falar, o mais difícil volta a ser o essencial: ter uma boa ideia.