
Entre janeiro e março de 2025, sete pessoas perderam a vida vítimas de violência doméstica em Portugal, de acordo com dados revelados pelo Portal da Violência Doméstica e divulgados pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG). O número, que inclui seis mulheres e um homem, representa um aumento face ao período homólogo de 2024, quando se registaram quatro homicídios relacionados com este crime.
Durante os primeiros três meses do ano, a GNR e a PSP receberam 7.056 denúncias de violência doméstica, um ligeiro aumento comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior. Os números confirmam uma tendência estável desde 2018, mas com agravamento nos casos letais.
Apesar do aparente equilíbrio nas estatísticas anuais, a gravidade dos episódios relatados tem aumentado, refletindo-se no reforço de medidas de proteção às vítimas. Entre as ferramentas mais utilizadas está o botão de pânico, que permite alertar rapidamente as autoridades em situações de perigo. Este dispositivo foi atribuído a 5.858 vítimas no primeiro trimestre deste ano — um indicador claro da necessidade crescente de medidas preventivas imediatas.
Em paralelo, os dados revelam também um aumento nas detenções e na frequência de programas de reabilitação por parte dos agressores. Ainda assim, o sistema prisional espelha a dimensão preocupante do fenómeno: 1.385 reclusos estavam detidos por violência doméstica até março deste ano, dos quais 1.026 cumprem pena de prisão efetiva e 359 permanecem em prisão preventiva.
Este é o número mais elevado dos últimos anos. Em 2019, estavam detidas 898 pessoas por violência doméstica, o que evidencia uma escalada do fenómeno nos últimos seis anos. Em 2024, o total de vítimas mortais ascendeu a 22 pessoas assassinadas por familiares, companheiros ou ex-companheiros, e o ano corrente mostra indícios de que essa tragédia pode repetir-se ou até se agravar.
Os números agora divulgados reforçam os apelos à necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes, bem como à celeridade nos mecanismos de proteção e resposta imediata das autoridades.